APÓS ATRITO - 19/10/2021 12:51

Renan entrega relatório da CPI da Covid aos senadores, mas texto poderá ser alterado

Texto distribuído aos parlamentares propõe 72 pedidos de indiciamento; senadores ainda divergem sobre o relatório
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Reprodução / YouTube

Relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) entregou entre a noite de segunda e a manhã desta terça-feira (19) a minuta do relatório final aos senadores integrantes da comissão no Senado. O texto, que ainda poderá ser modificado, sugere o indiciamento de 72 nomes: 70 pessoas físicas e 2 pessoas jurídicas.

As pessoas jurídicas são duas empresas: a VTCLog, que presta serviços de logística ao Ministério da Saúde, como o armazenamento e a distribuição de vacinas da covid-19, e a Precisa Medicamentos, farmacêutica que intermediou a compra da vacina indiana Covaxin junto ao Governo Federal, investigada pela CPI por irregularidades. Entre as pessoas físicas, estão nomes como o do presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

O clima entre os senadores do alto escalão da CPI da Covid ainda é de desconforto. Durante o fim de semana, o relatório final elaborado por Renan vazou para a imprensa e muitos parlamentares reclamaram que não tiveram acesso ao documento antes para fazer contribuições ao texto do relator. Os senadores ainda divergem em pontos sobre o número de indiciados e os crimes pelos quais eles serão enquadrados.

— Eu acho que ainda tem gente para entrar nessa lista, ainda está incompleta. Acho que o ministro Paulo Guedes (Economia) tem que entrar. Tem um documento do ministério que indica que a pasta adotou e utilizou a estratégia da imunidade de rebanho. Então eu acho que ainda temos acréscimos a fazer ao relatório e à lista de indiciados — disse o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Ontem, os senadores do chamado G7, que conduzem a comissão, iriam fazer uma reunião para discutir pontos do relatório final da CPI, mas o encontro foi cancelado, pois “não havia clima”, segundo o senador Humberto Costa (PT-PE).

Para tentar baixar os ânimos, uma nova reunião foi marcada para hoje à noite, na casa do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). “Será o decano pacificador”, comentou Randolfe.

Renan Calheiros segue com o discurso de que a maioria irá decidir pelo relatório final e não descarta que o número de indiciados seja ampliado. A ideia é que se construa uma convergência na conclusão dos trabalhos da CPI da Covid.

— Esse G7, que é heterogêneo, se manteve junto a todo momento e é fundamental que ele se mantenha junto — defendeu o relator, em tom pacificador.

Mesmo com os atritos e as mudanças no cronograma, está confirmado que na sessão desta quarta-feira (20) o relatório final será lido por Renan Calheiros. O documento possui cerca de 1,2 mil páginas. A votação será feita apenas na semana que vem, no dia 26.

— O relatório final da CPI será para pedir a punição dos responsáveis por esse morticínio que aconteceu no Brasil. Não adianta tapar o sol com a peneira. Não adianta vir com narrativas. Não adianta fazer com que as pessoas pensem que alguém é melhor do que o outro aqui, não — afirmou o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM).

Último depoimento

A sessão desta terça é destinada para ouvir o último depoimento da CPI da Covid. Elton da Silva Chaves, do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Ele é representante dos municípios na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema Único de Saúde (Conitec), órgão colegiado do Ministério da Saúde.

Apesar de ser um relato “para cumprir tabela”, como dizem alguns senadores, o depoimento será focado na decisão da Conitec de adiar a análise de um documento para padronizar o tratamento ambulatorial de pacientes com covid-19 – a diretriz nacional não recomendava medicamentos do "kit covid", sem eficácia comprovada para a doença, mas defendido pelo presidente Bolsonaro. A CPI quer saber se houve interferência política no processo. 

Fonte: Gaúcha ZH
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