DEIXOU O MPF - 04/11/2021 18:20

Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Lava-Jato, deixa Ministério Público Federal

Ex-procurador da República nunca descartou participar da política partidária
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O procurador Deltan Dallagnol, ex-chefe da força-tarefa da Operação Lava-Jato, vai deixar o Ministério Público Federal. A informação foi antecipada pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Em vídeo publicado nas redes sociais nesta quinta-feira (4), Deltan confirmou a decisão dizendo que tem várias ideias para seu futuro e defendendo o "voto consciente". "Posso fazer mais pelo país fora do Ministério Público", disse ele, sem detalhar se entrará na política, como o ex-juiz Sergio Moro, que anunciou filiação no partido Podemos. 
A filiação de Moro deve ocorrer na semana que vem, o que abre caminho para sua candidatura à Presidência da República.
Deltan, 41 anos, foi o principal porta-voz do Ministério Público Federal na operação deflagrada em 2014. Além da presença na mídia, cabia a ele organizar as diferentes frentes de apuração entre a equipe de procuradores envolvidos no caso. Tinha participação reduzida no dia a dia dos processos e das audiências na Justiça Federal.
Ele ingressou na operação logo em suas primeiras fases, quando o então procurador-geral Rodrigo Janot decidiu formar uma força-tarefa para se dedicar exclusivamente ao caso, diante das dimensões das descobertas em andamento.
No auge da operação, em 2016, ficou marcado pela apresentação de um PowerPoint contra o ex-presidente Lula.
Em 2020, desgastado pela divulgação de conversas que manteve no aplicativo Telegram, ele pediu desligamento dos trabalhos da operação, citando motivos familiares. Continuou, porém, se manifestando em redes sociais e em entrevistas sobre temas ligados à Lava-Jato e à corrupção.
A saída de Deltan da investigação ocorreu já em um momento de declínio, quando o procurador-geral Augusto Aras procurava mudar o modelo de trabalho de forças-tarefas. O grupo exclusivo da Lava-Jato foi encerrado em fevereiro deste ano – como o jornal Folha de S.Paulo mostrou nesta semana, agora os investigadores até evitam usar o nome da operação.
Em meio aos embates com políticos, Deltan se tornou alvo de procedimentos no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). Uma das representações o acusava de interferência em eleição para a presidência do Senado, em 2019, devido a críticas feitas ao senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Quando era questionado sobre a intenção de deixar a carreira no Ministério Público para entrar na política, Deltan costumava desconversar.
Em 2018, disse ao jornal Folha de S.Paulo que tinha sido procurado por partidos e não quis dialogar:
- Nunca tive o sonho de ser político ou criei planos concretos nessa direção. Ao mesmo tempo, eu me vejo contribuindo com a sociedade no futuro de diferentes possíveis formas. Inclusive em outras posições públicas e na iniciativa privada.
No caso Telegram, um dos principais fatores de desgaste foi a proximidade demonstrada com o então juiz Moro. As conversas mostraram que Deltan antecipou o teor de acusações feitas contra Lula.

Fonte: Diário Catarinense
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