EM PORTO ALEGRE - 07/12/2021 17:44

Caso Kiss: bombeiro chora e diz não conseguir narrar o que viu na boate

Gerson Pereira afirmou ter estresse pós-traumático. Ele lembrou no julgamento o cenário de 'descontrole' do lado de fora
Recomendar correção
Obrigado pela colaboração!
Bombeiro Gerson Pereira, que atuou no incêndio da Kiss / REPRODUÇÃO/ YOUTUBE TJRS

O bombeiro Gerson da Rosa Pereira, que comandava o Corpo de Bombeiros em Santa Maria na época do incêndio que deixou 242 mortos na boate Kiss, em 2013, chorou nesta terça-feira (7) no julgamento dos quatro réus acusados pela tragédia e afirmou sofrer de estresse pós-traumático.

Ele disse não conseguir narrar o que viu dentro da boate e afirmou ser muito duro descrever o fato. "Não tenho condições de falar o que eu vi lá dentro", afirmou Pereira ao juiz Orlando Faccini Neto. Ele afirma que encontrou do lado de fora da Kiss um cenário de "total descontrole" ao chegar ao local naquela madrugada.

Diversos órgãos deslocaram seus efetivos para a boate na tentativa de ajudar no resgate, entre órgãos de segurança pública, Forças Armadas e equipes da área de saúde, mas "não havia uma liderança", segundo o bombeiro. "Policiais rodoviários federais indo para um lado, estaduais para o outro. Bombeiros indo para um lado, o pessoal da Defesa Civil para o outro. O Samu... foi uma situação totalmente atípica", relata. 

Ele afirmou que chamou para si a função de coordenar os trabalhos a partir de então e disse que não havia mais o que fazer em relação ao resgate. Ele lembra de ter sido questionado se usaria cães farejadores para tentar encontrar sobreviventes. "De pronto disse que não seria necessário", relatou.

Apesar de não conseguir relatar o que presenciou dentro da boate, ele afirmou que os jovens mortos naquela noite não foram carbonizados, lembrando constatações feitas pelas perícias após a tragédia. Isso porque as mortes ocorreram por asfixia.

Ao rememorar as ações naquela madrugada, o bombeiro Gerson da Rosa Pereira lembrou-se dos trabalhos no Centro Desportivo Municipal, para onde foram levados os corpos das vítimas para que pudessem ser reconhecidos pelos parentes. Ao falar da chegada dos pais, o bombeiro se emocionou novamente e interrompeu o depoimento. Lembrou que suas filhas iriam ao evento na boate Kiss naquela noite. "Minhas filhas iriam nessa festa, mas não foram", relatou.

Fonte: Gaúcha ZH
Publicidade
Publicidade
Cadastro WH3
Clique aqui para se cadastrar
Entre em contato com a WH3
600

Rua 31 de Março, 297

Bairro São Gotardo

São Miguel do Oeste - SC

89900-000

(49) 3621 0103

Carregando...