Um a cada quatro brasileiros entende que a vida voltou ao normal de antes da pandemia de covid-19, mostra pesquisa da Ipsos realizada em 33 países entre outubro e novembro - antes da chegada da variante Ômicron na maioria dos países.
A pesquisa entrevistou 22 mil adultos de 33 países. Apenas Dinamarca (38%), Arábia Saudita (36%) e Polônia (29%) registaram índices maiores de população que voltou à normalidade.
Para outros 29% dos brasileiros, a vida retomará o normal pré-pandemia em até seis meses. Outros 29% afirmam que isso ocorrerá no próximo ano. Para outros 15% da população, o retorno à rotina usual levará mais de um ano.Apenas cerca de 3% dos brasileiros entendem que a vida normal nunca voltará - a Hungria é o país mais negativo, onde 30% dos habitantes têm a mesma avaliação.
No Brasil, diz a Ipsos, os entrevistados tenderam a representar parcela mais educada e urbanizada do que a média da população. Na prática, a percepção dos mais pobres pode ser diferente.Ainda assim, os resultados conversam com a realidade: painel de mobilidade do Google, acompanhado pelo Palácio Piratini, aponta que a população gaúcha já voltou a se deslocar e ocupar espaços públicos em níveis iguais ou superiores a fevereiro de 2020, quando ainda não havia nenhuma restrição no Rio Grande do Sul em decorrência do coronavírus.
Outra pergunta feita pela Ipsos é quando os entrevistados acham que as grandes restrições da pandemia deveriam cair. Segundo a pesquisa, 24% dos brasileiros avaliam que a pandemia estará no fim e grandes medidas de restrição devem cair quando 75% de toda a população completar o esquema vacinal. Hoje, 65,3% dos brasileiros estão com duas doses - entre gaúchos, são 70%.
Outros 24% dos entrevistados dizem que restrições deverão cair quando a transmissão do coronavírus tiver parado por completo. 13% dizem que grandes flexibilizações devem ocorrer quando hospitais funcionarem na normalidade, sem cortes em funcionários e insumos, por um mês.Passaporte vacinal
Outra pesquisa da Ipsos, realizada para o Fórum Econômico Mundial e divulgada na última semana, mostrou que 88% dos entrevistados no Brasil apontam que empregados devem ser obrigados a receber as duas doses da vacina para trabalhar. A medida deve ser implementada a partir desta semana, após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Fernando Barroso. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é contra.