SETOR DOS EVENTOS - 18/12/2021 17:02

Setor de eventos particulares vive retomada acelerada - mas com alguns percalços

Casamentos adiados se acumulam para os próximos dois anos e causam alta nos preços no setor, que sofre com escassez de produtos e mão de obra
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Quanto menor a procura por um determinado produto ou serviço, mais seu preço cai – até o momento em que o produto ou serviço, por falta de demanda, deixa de ser oferecido no mercado. Da mesma forma, quanto mais pessoas desejarem adquirir certo item, o preço desse item sobe – e, se o público continuar consumindo o produto ou serviço apesar da alta de preços, pode haver até uma escassez de oferta.
A pandemia de coronavírus fez diversos setores da economia viverem essas curvas: primeiro, a da queda de demanda; e, agora, com a ampliação da cobertura vacinal e a gradual reabertura, a do aumento da procura. Em alguns setores, essa curva foi mais brusca, fazendo até mesmo com que determinados produtos e serviços, que deixaram de ser produzidos ou ofertados no pico da pandemia, se tornem de repente escassos no mercado.
É o caso do setor de eventos particulares: aniversários, formaturas, casamentos. Embora alguns profissionais que atuam na área ainda vejam a retomada com cautela, há aqueles que já estão com a agenda cheia até o fim de 2022. E há quem relate falta de insumos, de produtos e de mão de obra, já que muitas empresas e profissionais que trabalhavam com a organização de eventos procuraram outras alternativas para garantir renda ao longo de 2020 e 2021. 
– A pandemia impactou todos os nossos fornecedores de forma negativa. Na área das flores de corte, destinadas à decoração de ambientes ou eventos, muitos fecharam as portas ou ainda não voltaram a plantar. E a gente sente isso no preço da flor: hoje, a gente paga muito mais caro pela flor do que antes da pandemia – relata Elize Forester, gerente do Primavera Garden Center, em Florianópolis.
Ela conta que no início da pandemia a loja foi fechada em uma sexta-feira, e boa parte das plantas destinadas para venda naquela semana e na seguinte foram jogadas no lixo. Situação que refletia a mesma vivida pelos próprios fornecedores.
– Foi triste ver muitos dos nossos fornecedores jogando flores no lixo, mas não tem muito o que fazer no caso das flores de corte. Você planta em um ano para fazer a venda assim que ela florir. E, se floresce e não é cortada e vendida, ela morre, se perde. É muito dinheiro (jogado) no lixo – explica Elize.
Emanuele Claro, que trabalha com decoração de eventos na floricultura Cia das Flores, concorda com a análise de Elize:
– Antes da pandemia tínhamos uma condição melhor de produção de flores: existiam mais fazendas que produziam o mesmo tipo de flor, por exemplo. Não encontramos mais muitas espécies que antes comprávamos com facilidade. Sementes importadas estão mais caras, mais difíceis de conseguir. As lavouras estão com mais dificuldade de produzir em alta escala, mas também com medo, né? Toneladas de flores foram para o lixo no começo da pandemia, então agora ninguém quer arriscar – comenta.
No caso específico das flores, outro fator acabou influenciando a alta de preços: o hábito desenvolvido pelas pessoas ao longo da pandemia de cultivar plantas em casa, ou comprar flores para decorar o lar.
– Temos muito clientes vindo em loja em busca de plantas para presentear ou decorar a própria casa, um ambiente onde passaram a estar por mais tempo ao longo da semana. Com isso, o preço da flor de vaso acabou aumentando também – afirma Elize.
Reajustes de preço de diversos itens
Os médicos Felipe Lanner Silveira e Karoline Mallmann, que se casaram no último mês de novembro, sentiram na pele esse aumento nos preços: o casal precisou adiar a cerimônia duas vezes (primeiro, de abril de 2020 para novembro de 2020; e, depois, de novembro de 2020 para novembro de 2021) – e, ao longo do tempo decorrido entre a data original e a data em que a festa finalmente aconteceu, várias coisas ficaram mais caras. 
– Desde o primeiro adiamento, conseguimos conversar com todos os profissionais e fornecedores e manter tudo o que já tínhamos contratado: decoração, DJ, banda, fotógrafo. Os profissionais mantiveram os valores dos serviços que já estavam combinados, mas alguns insumos ficaram mais caros: comida, flores... Então, algumas coisas tiveram alteração nos preços. Pagamos ônibus para levar os convidados até o casamento, por exemplo, e, como o diesel subiu muito, o valor precisou ser ajustado – recorda Felipe.


Fonte: ND mais - notícia do dia
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