A conturbada negociação entre o governo do Estado e a OZZ Saúde, empresa responsável pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), chega a um novo ponto extremo e perigoso para os catarinenses.
A OZZ emitiu um comunicado aos seus colaboradores nesta segunda-feira (20), em que informa que “aguarda um posicionamento” do Estado e, caso o contrato não seja renovado, os servidores ficarão sem o pagamento da segunda parcela do 13º salário.
Com isso, aumenta a tensão para um novo risco de greve no serviço. E o principal: coloca em situação delicada a vida dos catarinenses que dependem do Samu como primeiro atendimento médico de emergência.A presidência da OZZ Saúde, em nota de esclarecimento aos funcionários, cita que ainda não há uma definição de como se dará a continuidade da prestação do serviço do Samu após o dia 31/12/2021 às 23h59.
A empresa afirma em nota que “aguarda o posicionamento do Estado de Santa Catarina quanto a prorrogação do contrato de gestão do Samu”.Dessa forma, avisa os servidores que, caso ocorra a continuidade do contrato da OZZ Saúde com os serviços do Samu em Santa Catarina, a empresa irá suspender os avisos prévios em andamento e efetuará o pagamento da segunda parcela do 13º salário.
No entanto, em caso contrário, esta verba será destinada à rescisão contratual aos trabalhadores em aviso prévio, ou seja, o 13º não será pago.Problemas no Samu se arrastam
A quantidade de problemas envolvendo a gestão da OZZ à frente do Samu em Santa Catarina vem se arrastando há meses. A situação é acompanhada de perto pelo ND+, que mostrou, em novembro, a falta de médicos e profissionais na Grande Florianópolis.Já no início de dezembro, o ND+ revelou que o TCE/SC (Tribunal de Contas de Santa Catarina) determinou à Secretaria de Estado da Saúde explicasse como seria a gestão do Samu no Estado.
Menos de uma semana depois, foi esclarecido o risco de que Santa Catarina ficar sem atendimento do Samu na virada do ano e também que a troca de gestão do Samu em SC é cercada de problemas.Chances de greve no Samu
A assessoria de imprensa do SindSaúde/SC (Sindicato de Trabalhadores na Saúde) ressaltou, ainda, que “as verbas rescisórias estão sob ameaça”.Ainda conforme as informações do sindicato, um “encaminhamento” sobre o tema será anunciado nesta terça-feira (21). Questionada sobre as chances de greve ou paralisação no serviço, o SindSaúde respondeu que “é provável que vá haver movimentação nesse sentido”.
O que diz a Secretaria de Saúde
A reportagem do ND+ entrou em contato com a SES (Secretaria de Estado da Saúde) sobre o tema, que informou que “o Estado se manifestará por nota oficial sobre toda a situação em breve”, esclarecendo que deve se posicionar sobre a gestão do Samu em geral e não especificamente sobre a OZZ.