ANO DE ELEIÇÃO - 01/01/2022 09:38

Seis fatores que podem influenciar as eleições para presidente em 2022

Veja de que forma economia, pandemia e outros pontos podem interferir na corrida presidencial entre nomes como Lula, Bolsonaro e Moro
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TSE / DIVULGAÇÃO
As eleições de 2022 devem acirrar ainda mais a divisão política no Brasil. O primeiro turno está marcado apenas para 2 de outubro, mas outras datas como o prazo para troca de partidos, em 1º de abril, e definição de candidaturas (15 de agosto) prometem movimentar o contexto eleitoral.
Nomes como o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente Lula (PT), o ex-ministro Sergio Moro (Podemos), o ex-governador Ciro Gomes (PDT) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) já se apresentam como pré-candidatos e antecipam a disputa que deve se intensificar ao longo do ano.
Nesse caminho, alguns fatores podem influenciar de forma decisiva o debate eleitoral e a decisão dos eleitores até outubro. Confira abaixo alguns dos temas temas que podem protagonizar a corrida presidencial em 2022:
1) Economia
A inflação e o poder de consumo devem ter espaço prioritário nos discursos e debates entre os candidatos ao longo do ano. Também deve ser um fator que o eleitor levará em conta, analisando também situações como o desemprego. 
A alta dos preços tem sido uma dificuldade da política econômica de Bolsonaro e Paulo Guedes, que viram a inflação oficial ultrapassar os 10% no acumulado de 12 meses em dezembro, o que não ocorria desde 2003. No acumulado de 2021, a inflação oficial é de 9,26%, mas ainda falta contabilizar os dados de dezembro.
— A dificuldade que se tem tido com os preços, as coisas mais imediatas da economia, vão ser um ponto central, que pode ser determinante para a eleição de um concorrente ou para a manutenção do atual governo — afirma o professor de Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Tiago Daher Padovezi Borges.
2) Pandemia
O professor também afirma que as medidas de condução da pandemia de Covid-19 também serão analisadas com lupa pelos eleitores em 2022, o que vai fazer os candidatos abordarem esses temas.
— O problema que Brasil enfrentou, o modo como enfrentou nesses últimos dois anos. Isso se relaciona com questão econômica, mas não se resume a ela. Você tem um conjunto de óbitos muito expressivo e assustador, e isso eu acredito que vai continuar tendo impacto, o modo como o governo agiu ou deixou de agir em diversos problemas. Essa análise retrospectiva vai aparecer — projeta o professor da UFSC.
3) Auxílio Brasil
O novo programa social do governo Bolsonaro, que substituiu o Bolsa Família, também pode ocupar espaço importante na avaliação do atual governo e, consequentemente na disputa pela reeleição. 
O presidente insistiu em um benefício de R$ 400, que exigiu a aprovação de uma PEC que permitisse furar o teto de gastos. A medida é vista como uma forma de tentar alavancar a popularidade de Bolsonaro, que subiu durante o pagamento do auxílio emergencial nos meses mais críticos da pandemia de Covid-19, mas que voltou a cair nos últimos meses, quando o presidente chegou a ter 53% de rejeição segundo pesquisa Datafolha de dezembro de 2021, o maior índice da gestão.
— A grande dúvida em relação a pacotes que aparecem agora, como o Auxílio Brasil, é se isso vai ser suficiente para reverter o quadro que é alarmante. Alto desemprego, informalidade, inflação muito expressiva, que a gente não estava acostumado. A dúvida é se vai surtir os efeitos esperados pelo governo a adoção dessas medidas —afirma Borges.
4) Combate à corrupção
O tema que foi uma das principais bandeiras de candidatos vencedores em 2018 pode voltar a aparecer pela possível presença de personagens como o ex-juiz federal e ex-ministro Sergio Moro, e de Lula, condenado por ele em processo da Lava-Jato. No entanto, o cientista político acredita que desta vez o tema não será central no debate eleitoral.
— Esse tipo de discussão pode aparecer, politicamente, em debates, e o ex-juiz (Moro) deve responder politicamente. Mas, sinceramente, vejo pouco prognóstico. Há uma urgência econômica maior do que o tema vinculado à corrupção — projeta.
5) Instabilidade política
A inconstância no debate político, com provocações por meio da imprensa, reações dos poderes e polêmicas que se estendem para as redes sociais devem continuar dando a tônica do jogo eleitoral. 
Em setembro, a tensão entre o Executivo e o Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a níveis extremos depois que Bolsonaro participou de atos em que fez fortes críticas ao ministro Alexandre de Moraes. Nos dias seguintes, o presidente divulgou uma carta intermediada pelo ex-presidente Michel Temer, em que disse “não querer agredir” nenhum poder.
O cientista social e mestre em Sociologia Política Sérgio Saturnino Januário, da Exitus Comunicação e Pesquisa, afirma que esse processo vai ficar muito mais intenso no novo ano.
— A eleição do Bolsonaro não foi uma vitória dele, mas foi derrota do PT, uma vingança contra o PT. Essa próxima também, será uma luta dogmática. E no dogmatismo, alguém perde. Qualquer escorregão vai gerar controvérsia, porque estamos em instabilidade. E qualquer coisa vira o bem contra o mal — teoriza.
6) Alianças
Outro fator que deve movimentar o ano eleitoral é a discussão sobre alianças na corrida presidencial. Atualmente, uma das principais articulações envolve a possível chapa com Lula e Geraldo Alckmin como vice. O ex-governador deixou o PSDB em dezembro e namora com o PSB para embarcar no projeto.
Além disso, há a busca pela famigerada “terceira via”. No momento, segundo o professor da UFSC, os nomes mais próximos de tentarem um movimento de aliança para se apresentarem como alternativa a Lula e Bolsonaro seriam Moro e Doria, que fazem alguns sinais de aproximação.



Fonte: DIário Catarinense
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