Esta sexta-feira, 1° de abril, marca o Dia da Mentira no Brasil. O costume de realizar “pegadinhas” nesta época do ano é comum, mas nem tudo é brincadeira. Na data, o CBMSC (Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina) reforça que passar trotes por telefone nas redes de emergência do órgão configura crime no Estado.
Somente em 2022, entre os dias 1° de janeiro e 29 de março, foram registrados 4.051 trotes das 161.876 chamadas recebidas pelo telefone 193.
No mesmo período de 2021, 3.540 ligações foram classificadas como trotes, 511 a menos do que em 2022. O ano passado fechou com o registro de 17.280 trotes. As regiões com mais ocorrências em 2021 foram Criciúma, Curitibanos, Itajaí, Chapecó e Florianópolis.Enquanto isso, nos últimos três meses deste ano, as regiões em que o Corpo de Bombeiros registrou mais ligações falsas foram Criciúma, Curitibanos, Blumenau, Itajaí e Chapecó. Todas as informações foram coletadas e divulgadas pelo canal de comunicação do CBM.
Trotes podem colocar vidas em risco
“Os telefonemas falsos vão além de uma brincadeira de mau gosto. A prática é considerada crime de acordo com o artigo 266 do Código Penal Brasileiro, com possibilidade de um a seis meses de detenção”, ressalta o órgão.“Em caso de autores menores de idade está previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente como infração gravíssima e quem comete deve ser encaminhado para a Vara da Infância e da Juventude. Lá, serão aplicadas as medidas socioeducativas, de acordo com a gravidade da situação, dentro do que prevê a legislação vigente”, finaliza o comunicado.
Vale lembrar que tais ligações ocupam a linha do telefone e podem atrapalhar ou atrasar um atendimento, já que toma tempo dos atendentes da Central de Operações Bombeiro Militar, que poderiam atender neste período os cidadãos que realmente precisam de socorro urgente.“Quando lidamos com pessoas que precisam de socorro cada segundo é essencial. E se as nossas linhas estão ocupadas desnecessariamente, isso pode ser crucial para a vida de uma vítima”, destaca o presidente da Coordenadoria de Central de Emergências do CBMSC, major Mateus Muniz Corradini.
O órgão ainda ressalta que, quando a brincadeira parece ser mesmo séria, viaturas com equipes são deslocadas até o falso atendimento, gastando tempo, recursos públicos, colocando os funcionários de plantão em risco e deixando de atender as pessoas que precisam.
Outra situação que pode ocorrer é o empenho de uma equipe de plantão de uma cidade vizinha – quando as outras já estão empregadas em ocorrências – deixando a cidade sem equipe disponível para atendimento de casos reais.“É preciso que fique muito claro: uma ambulância ou um caminhão de combate a incêndio que são empenhados em uma chamada falsa podem deixar de lado uma ocorrência real ou deixar uma cidade sem atendimento”, afirma o major Muniz.
