Uma nova pista redirecionou as buscas pelo avião que desapareceu com três tripulantes brasileiros na região de Comodoro Rivadavia, na Argentina. A captação do sinal de celular de um dos ocupantes marcou outro ponto onde teria ocorrido o possível impacto do avião no mar.
A informação foi confirmada pelo diretor da Defesa Civil da província de Chubut, José Mazzei à Rádio Chubut na manhã desta quinta-feira (14).
Segundo o diretor, o novo local está a cerca de 2 mil metros da costa de Comodoro Rivadavia, e a 48 km ao sul de onde originalmente foram feitas as buscas, em frente à área de Puerto Visser.
Mazzei descreveu à rádio argentina que a nova localização se deu após a triangulação do sinal de um iPhone 13 de um dos ocupantes, que envia um sinal claro de uma célula telefônica.
De acordo com a simulação de voo que foi criada a partir das novas informações, estima-se que o avião foi perdendo altitude aos poucos. A aeronave tinha a intenção de chegar ao aeroporto de Comodoro Rivadavia.
O diretor da Defesa Civil acrescentou que câmeras de arrasto subaquáticas serão utilizadas para inspecionar o mar em busca de vestígios do avião.
Relembre o caso
O trio de brasileiros desaparecidos saiu do aeroporto de El Calafate, Sul da Argentina, no dia 6 de abril, com destino a Trelew, na Patagônia. Durante o voo, a aeronave teve seu último contato registrado com o CCA (Centro de Controle de Área) de Comodoro Rivadavia.
Estavam a bordo da aeronave o empresário catarinense Antônio Carlos Castro Ramos conhecido como Toninho Ramos, o advogado Mário Pinho, que morava em Florianópolis, e o médico Gian Carlo Nercolini.
Após várias tentativas de comunicação, o CCA alertou o serviço de busca e salvamento e foi ativado o protocolo de busca da aeronave pela EANA (Empresa Argentina de Navegação Aérea).
As buscas começaram ainda em 6 de abril. “O SAR (Serviço de Busca e Salvamento) de Eana recebeu hoje um alerta de perda de contato de uma pequena aeronave”. No dia seguinte, as buscas continuaram e um avião Hércules KC-130 sobrevoou a área.
Após seis dias, a procura foi encerrada pela EANA. A empresa, que pertence ao Ministério de Transporte da Argentina, administra o tráfego aéreo no país e coordenava as buscas.
Em nota a empresa menciona que “apesar dos esforços realizados, não foi possível encontrar nenhum rastro da aeronave e nem seus ocupantes”. Diante da “desistência” da EANA, o subcentro náutico da cidade de Comodoro Rivadavia será mantido em “estado de alerta”.
O diretor da Defesa Civil de Chubut, José Mazzei, no entanto, informou que o Governo Provincial iria continuar com os trabalhos.
Na terça-feira (12), o governador Carlos Moisés entrou em contato com o ministro das relações exteriores, Carlos Alberto França, solicitando a intervenção do Itamaraty na Embaixada do Brasil em Buenos Aires, para que o órgão na Argentina intercedesse nas buscas pelo avião.
O chefe do Executivo também colocou agentes e equipamentos do Estado à disposição das operações. No dia seguinte, o Ministério das Relações Exteriores garantiu que as buscas pelo avião iriam continuar.
Em nota enviada ao ND+, o Consulado-Geral do Brasil em Buenos Aires informou que está acompanhando o caso e mantém contato com familiares dos desaparecidos e está em coordenação com as autoridades argentinas.
Para isso, um funcionário do Consulado-Geral foi a Comodoro Rivadavia, província de Chubut, para prestar apoio a familiares dos desaparecidos e acompanhar as buscas.
Assim, os recursos de busca disponíveis na província de Chubut seguirão mobilizados, disse o Itamaraty. “Por seu lado, o Consulado-Geral em Buenos Aires seguirá prestando todo o apoio cabível aos familiares dos desaparecidos e permanecerá em coordenação com as autoridades argentinas”, informa a nota.
