GÊNIO - 19/04/2022 13:44

Brasileiro de cinco anos é o mais novo do país a entrar em sociedade dos QIs mais altos do mundo

Teste da criança indicou 146 pontos, o que mostra a presença de capacidade intelectual de uma pessoa de 15 anos
Recomendar correção
Obrigado pela colaboração!

Theo Costa Ribeiro tem cinco anos e QI de 146 pontos MF Press Global / Divulgação

As aulas presenciais tinham sido retomadas há pouco na cidade de São Paulo quando os pais de Theo Costa Ribeiro, de cinco anos, foram chamados pela direção da escola onde o menino estudava, em agosto do ano passado. O assunto era o desempenho da criança nos poucos dias de atividades, meses depois do afastamento devido à pandemia de covid-19. Na reunião, pai e mãe ouviram elogios: um menino inteligente, que aprendia rápido e tinha capacidades acima da média dos colegas de turma. Ao terminar as próprias tarefas, ajudava os que tinham dificuldade. Apresentava comportamento de líder. 

— Vocês já fizeram um teste de inteligência com o Theo? — perguntou a diretora da escola.

Ygor Ribeiro, 33 anos, e Jessica Ribeiro, 36, responderam que não. Em casa, notaram tratar-se de uma criança inteligente. De acordo com o pai, eles relacionaram essa percepção inicial à ideia de que pais tendem a considerar os filhos espertos e capazes, ainda que sejam tão espertos e capazes quanto a maioria das crianças. 

— Por causa da pandemia, ele não tinha contato com outras crianças. Também é o nosso primeiro filho. Não tínhamos base de comparação e, por isso, não suspeitamos de algo tão diferente — explica o pai do menino em entrevista a GZH. 

Os dois saíram da reunião com um conselho: buscar a opinião de um neuropsicólogo, profissional que poderia avaliar se Theo tinha a inteligência acima da média. Assim, o menino foi submetido a testes do quociente de inteligência (QI), número que expressa a capacidade intelectual de uma pessoa. O resultado é obtido por meio da avaliação de habilidades de diversas áreas do conhecimento como matemática, raciocínio e lógica. Leva também em conta a idade mental da pessoa. Theo fez os testes durante seis dias - cada sessão de avaliação durou entre uma hora e uma hora e 30 minutos. 

O teste indicou 146 pontos, o que equivale a 99,8 de percentil (ou seja, o resultado do menino é melhor do que 99,8% da população). Isso significa, portanto, que Theo tem a capacidade intelectual de alguém uma década mais velho. 

— Esses testes não apontaram apenas para um nível elevado de inteligência, mas para um nível de inteligência que pode ser classificado como gênio. Foi uma surpresa, nos assuntou – comenta o pai.  

O resultado fez com que o menino entrasse para a Mensa International, importante sociedade de pessoas de alto QI, fundada em 1946, no Reino Unido. A organização demorou cerca de seis meses para aprovar o ingresso do menino paulistano a partir de um pedido feito pelos pais. Com o feito, ele tornou-se o brasileiro mais jovem a entrar na organização. 

Conforme o neurocientista Fabiano de Abreu Agrela, que assessora Theo e outros integrantes da Mensa, o teste feito pela criança é o melhor e mais completo disponível. 

— Ao analisar o teste, posso afirmar que foi um dos mais conclusivos, e (feito) da maneira que penso ser a mais correta. O comitê da Mensa, com profissionais especializados e altamente qualificados, aprovou o ingresso. Posso afirmar que temos um promissor gênio brasileiro — afirma. 

Mudanças na rotina 

De acordo com os pais, Theo tem o comportamento igual ao de outras crianças: é comunicativo, alegre, gosta de dinossauros, de jogar videogame, ler livros e correr. Além disso, está em uma escolinha de futebol e estuda música nos momentos fora do colégio. A descoberta da capacidade intelectual incomum implicou mudanças na rotina escolar da criança. Theo adiantou uma série e, assim, frequenta o segundo ano. 

Isso ocorreu porque, nesses casos, a lei brasileira permite que alunos "pulem" até dois anos escolares. No entanto, hoje, a opção da família é mantê-lo no segundo ano. No momento da decisão de adiantá-lo um ano, os pais temiam pela adaptação da criança aos novos colegas, mais velhos. 

— Ficamos preocupados no começo, mas vimos que ele tirou de letra, fez amizades. Optamos por ir aos poucos, pois o emocional é importante também — comenta o pai. 

De acordo com o Censo Escolar 2020, há 24.424 estudantes com perfil de altas habilidades – expressão também utilizada para definir pessoas do grupo - e superdotação matriculados na educação especial no Brasil.  Por isso, para o Ministério da Educação (MEC), se considerados os mais de 47 milhões de alunos da Educação Básica, no mesmo estudo, estima-se que cerca de 2,3 milhões de estudantes façam parte do grupo. No entanto, o número pode ser maior, pois é de difícil identificação sem uma avaliação profissional. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que 5% da população têm algum tipo de alta habilidade ou superdotação.  

Atenção ao desenvolvimento da criança 

A professora Luciane Kruche, do curso de Pedagogia da Universidade Feevale, é cautelosa quanto ao tratamento dado a crianças de alta habilidade. A profissional alerta para a necessidade de cuidados à integração da criança a indivíduos da mesma idade, para que não haja prejuízos durante o crescimento e na socialização da pessoa:

— É uma criança que precisa brincar com crianças da mesma idade. Precisa do lúdico, pois é um sujeito como qualquer outro, que necessita de orientação, e encarar isso de uma forma saudável, para evitar sofrimentos. 

A professora explica que, em casos similares ao de Theo, deve-se ter tratamento especial nas atividades escolares, algo garantido por lei por meio da educação especial. Se isso não for feito da maneira correta, a capacidade intelectual do menino pode fazer com que problemas apareçam durante o desenvolvimento e em outras fases da vida. 
— Ele pode avançar para outras séries, mas isso depende de uma avaliação realizada pela escola e a conversa com os pais. Em muitos casos, os responsáveis optam por manter a criança por causa da interação com os pares (crianças da mesma idade). Todos os extremos podem prejudicar. Os pais não podem se afobar com isso — conclui.

Fonte: Gaúcha / ZH
Publicidade
Publicidade
Cadastro WH3
Clique aqui para se cadastrar
Entre em contato com a WH3
600

Rua 31 de Março, 297

Bairro São Gotardo

São Miguel do Oeste - SC

89900-000

(49) 3621 0103

Carregando...