Os preços dos combustíveis diminuíram um pouco após o governo federal estabelecer um teto para o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), mas nos últimos 12 meses houve um aumento de mais de 25% no litro da gasolina. Por isso, o ND+ conversou com um especialista para dar dicas simples de como economizar no combustível.
O professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Saulo Güths, explica que existem soluções simples que podem ajudar, mas também é preciso desmitificar alguns conceitos.
Dirigir de forma ‘suave’
Uma das melhores formas de gastar menos gasolina é “dirigir de forma suave e com velocidades mais baixas”, o que pode resultar em uma economia de até 30%, explica o engenheiro.No momento de arrancar com o carro, por exemplo, o motorista deve fazer aos poucos, sem deixar o motor atingir rotações muito elevadas.
“O carro com conta-giro não pode ultrapassar três mil giros. Se parar no semáforo, deve-se deixar o carro reduzir naturalmente a velocidade, sem parar de supetão”, destaca.Desligar o ar-condicionado funciona?
O professor explica que desligar o ar condicionado pode causar uma economia, mas de apenas 5%. O interessante pode ser não utilizá-lo durante trajetos curtos, quando está trafegando em baixa velocidade.
Por outro lado, em velocidades mais elevadas, em rodovias, por exemplo, deixar as janelas abertas para deixar o ar desligado é prejudicial.“O consumo de gasolina aumenta porque o ar entra no carro e freia o veículo, o que aumenta o arrasto aerodinâmico. Já quando você fecha as janelas o ar passa mais suavemente e melhora a aerodinâmica”, explica o professor.
Assim, não é preciso desligar o ar-condicionado para economizar.Usar o carro na ‘banguela’ é recomendado?
Colocar o veículo em “ponto morto” e aproveitar o embalo da descida para economizar gasolina não é uma boa ideia. Além de não resultar em ganhos para o bolso, a prática também conhecida como “banguela” é proibida por lei, reduz a vida útil de componentes do carro, como os freios, e coloca os ocupantes em risco.
O artigo 231, inciso IX, do CTB (Código de Trânsito Brasileiro), classifica o ato de “[rodar] desligado ou desengrenado em declive” como infração média, com perda de quatro pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e multa de R$ 130,16, além de possível retenção do veículo.“É perigoso porque o carro fica sem controle em uma emergência, por isso não se recomenda”, diz Güths.
Na questão econômica, em descidas íngremes “o motor corta o consumo do combustível, então você não consome gasolina”, explica.Outro fator que não interfere na economia é manter ou não o tanque cheio. “Manter o tanque cheio reduz evaporação do tanque, mas em 1%, é muito pouco. Por outro lado , com uma massa menor de combustível, o que evaporaria você economiza porque está com o carro mais leve.”
Mas para economizar mesmo, o professor brinca que “o fundamental seria andar de ônibus”, mas a população escolhe esse meio de transporte quando ele “é mais barato, mais rápido e oferece um conforto similar, caso contrário, não vale a pena”.Outras dicas
- Manter a manutenção do carro em dia;- Manter o alinhamento e balanceamento do veículo em dia;
- Manter velocidade constante;
- Verificar a pressão dos pneus;
- Evitar levar muito peso no carro;
- Não acelerar o carro desengatado;
- Trocar as velas a cada 50 mil quilômetros rodados.