SAÚDE - 11/07/2022 06:18

Dormir mal pode ser tão ruim para o coração quanto fumar, diz Associação Americana

A atualização do Life’s Simple, que reúne métricas de risco para a saúde, incorpora pela primeira vez a insônia como vilã da boa saúde
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O imaginário popular entende o quão nocivo pode ser o uso de cigarros para a saúde do coração. Somente em 1953 a experiência do epidemiologista Ernst Wynder, mostrando os malefícios do cigarro, tiveram efeito negativo na indústria. Agora, 70 anos depois, a insônia é considerada tão nociva para o coração quanto o cigarro.

A atualização foi divulgada no fim de junho (29). A informação estava na nova versão do Life’s Simple, criado em 2010 que reúne métricas de comportamento e fatores de risco para a saúde. Esta foi a primeira vez que distúrbios do sono foram colocados entre a lista. O documento é elaborado pela Associação Americana de Cardiologia.

Segundo o órgão, a recomendação é de sete a nove horas de sono diárias. De acordo com Rafael Frasson, diretor presidente do CRP (Conselho Regional de Psicologia), o corpo e a mente estão interligados então não podem ser encarados como coisas separadas.

Corpo cansado traz problemas

Segundo Frasso, um corpo cansado ajuda a termos problemas em diversos aspectos. Ele explica que o sono é uma forma do corpo “descansar”. Sem essa fase importante nos tornamos mais propícios não somente a problemas físicos como também, por exemplo, a problemas de relacionamentos e rendimentos no trabalho.

“Se não tiver uma noite de sono o corpo estará cansado durante o dia. Isso vai impactar todo o dia. Imagine você acordar e não se sentir descansado e sair para trabalhar o dia inteiro. Esse trabalho durante o dia inteiro vai afetar as relações que você tem com outras pessoas. Você vai perder o foco com mais facilidade, vai perder a memória”, explica.

O psicólogo afirmou ainda que é preciso realizar atividades físicas, não apenas pelo bem da saúde do corpo como para a saúde da mente. Ele explica que uma das primeiras perguntas feitas em consultórios para os pacientes é se eles estão praticando atividades físicas.

Crises de insônia

Franciny Wagner da Silva, de 24 anos, disse que as crises de insônia surgiram no final da faculdade, há cerca de três anos. Ela atribui o começo do problema ao ambiente de trabalho em que estava e o fim da faculdade com a entrega do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).

A publicitária conta que na época teve ansiedade forte e que isso gerou sintomas de insônia. Como uma das soluções, ela se demitiu.

“Me formei e pedi demissão. Minha rotina finalmente estava voltando a ser a mesma”, explicou.

Impactos da pandemia

Durante a pandemia Franciny voltou a sentir impactos em sua saúde mental. Ela conta que o período, após o novo estabelecimento de sua rotina, “bagunçou” novamente sua ansiedade.
“Eu fiquei muito desesperada no início e na hora de dormir meus pensamentos voavam para longe dificultando o meu sono. Pensava nos meus avós, meus tios mais velhos”, contou.

De acordo com uma publicação no site do Ministério da Saúde é possível dividir a pandemia de Covid-19 em quatro ondas. A primeira se refere à sobrecarga imediata sobre os sistemas de saúde em todos os países. A segunda está associada à diminuição de recursos na área de saúde para o cuidado de outras condições clínicas agudas.

Para a terceira estão associados os impactos da interrupção nos cuidados de saúde de várias doenças crônicas. Já a quarta inclui o aumento de transtornos mentais e do trauma psicológico provocados diretamente pela infecção ou por seus desdobramentos secundários.

Na prática as angústias passadas pela publicitária estão enquadradas na quarta onda da pandemia de coronavírus.

Solução

A solução, de acordo com Franciny, foi procurar ajuda. Ela conta que uma de suas amigas é naturóloga e a chamou para sessões de acupuntura, prática que também é disponibilizada gratuitamente no SUS (Sistema Único de Saúde).

“Hoje eu ainda sofro com insônia, mas não com tanta frequência. Mudei alguns hábitos como praticar exercícios físicos, me alimentar melhor, consumir menos doces e beber muita água”, explicou.

A acupuntura faz parte das práticas integrativas de saúde que começaram em 2006 no país. De acordo com a médica de família e comunidade Fernanda Melchior, a prática tem poucos efeitos colaterais.

“A acupuntura tem poucos efeitos colaterais e potencial para promover um estado de bem estar e relaxamento. Ela traz liberação de neurotransmissores, por exemplo, a conhecida serotonina que age tanto auxiliando controle da ansiedade quanto da insônia”, explica.

Ela conta que já utilizou essa metodologia para tratar pacientes com problemas parecidos quando atuava no Centro de Saúde Trindade, em Florianópolis. Para ela, o tratamento à longo prazo pode trazer melhora significativa associado com melhor alimentação e atividade física. A prática do autocuidado, segundo a médica, é estimulada nas sessões de acupuntura.

Fonte: ND+
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