Saúde em Alerta - 07/08/2022 07:10

Isolamento para varíola dos macacos pode chegar a quase um mês; veja como se proteger

Infectologista esclarece dúvidas sobre a doença, formas de prevenção, isolamentos e medicações para tratar as lesões
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O Brasil registrou 1.721 casos confirmados de varíola dos macacos até a última quinta-feira (4), segundo o Ministério da Saúde. O isolamento de pessoas com a doença pode chegar a quase um mês, segundo o médico infectologista Filipe Perini.
Perini explica que o tempo de isolamento depende de cada caso. A recomendação é que a pessoa fique isolada até a última lesão cicatrizar (a casquinha cair). O profissional explica que o tempo pode ser longo.
“Fala-se em 21 dias, mas não há um padrão para todos. Vai depender de cada caso”, explica.
O médico esclarece que a doença é transmissível desde os primeiros sintomas até a cura completa (nova pele) das lesões. O vírus pode ficar incubado até o aparecimento dos sintomas, o que pode demorar até mais do que 21 dias.
De acordo com Perini, os resultados de pesquisas atuais mostram que, em média, os sintomas aparecem 8 dias após o contato com o vírus.
Medicação
O infectologista também informa que, no Brasil, ainda não há medicação específica para tratar a doença.
“Não temos medicação específica para Monkeypox. Temos alguns remédios que ainda não estão disponíveis no Brasil que são indicados para varíola comum. Esses medicamentos poderiam, potencialmente, ser usados para tratar a doença”, explica.
Ainda não há medicação específica para a doença no Brasil – Foto: Foto: Divulgação / SES
Ainda não há medicação específica para a doença no Brasil – Foto: Foto: Divulgação / SES
Na maioria das vezes, de acordo com o profissional, é feito uso de analgésicos e antibióticos para tratar as feridas.
Transmissão
A transmissão entre humanos pode ocorrer por:
- Contato direto com lesões cutâneas, mucosas ou fluidos corporais (de pessoa infectada sintomática), incluindo contato físico direto como tocar, abraçar, beijar, contato íntimo ou sexual;
- Gotículas respiratórias – especialmente durante contato próximo prolongado ou contato físico íntimo, incluindo o sexo;
- Contato indireto por meio de roupas, objetos e superfícies contaminadas por lesões cutâneas ou fluidos corporais, uma vez que o vírus sobrevive por até 90 horas em superfícies;
Transmissão transplacentária.
Sobre a transmissão, Perini explica que é incerto o quanto cada forma descrita contribui para a transmissão.
“É muito provável que o contato com lesões seja mais eficaz na transmissão que o contato por meio de roupas. Sem muita precisão da transmissão e sem vacina, a melhor opção é aumentar o conhecimento para as pessoas se prevenirem.”, explica.
Prevenção
Como maneiras de prevenção à doença o médico lista as seguintes ações:
- Evitar contato próximo, pele com pele, em pessoas com suspeita ou com varíola dos macacos;
- Evitar contato com objetos e materiais usados por pessoa com varíola dos macacos;
- Higienizar as mãos com frequência, especialmente antes de comer, tocar o rosto e após uso do banheiro.
Qualquer pessoa pode se infectar
O médico lista alguns recados importantes sobre a doença. Ele explica que qualquer um pode se infectar com a doença.
“Qualquer pessoa, qualquer pessoa mesmo pode se infectar. Portanto, como podemos aumentar o nível de alerta, atenção e informação das pessoas para que eles possam tomar decisões e fazer escolhas mais seguras? Como podemos informar sem estigmatizar?”, questiona.
Ele alerta que outras epidemias já nos ensinaram sobre o estigma (como a do HIV) e que precisamos mais envolvimento da sociedade.
“Precisamos de envolvimento tanto na transmissão do conhecimento para seus pares, seus comuns, quanto para o avanço das políticas públicas de cuidado e saúde, para o compromisso do setor privado com o social, para a tomada das decisões em parceria”, declarou.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal divulgou nesta semana um plano de ação contra a varíola dos macacos. A pasta define que os casos do surto atual apresentam algumas características atípicas: a erupção pode começar nas áreas genital e perianal, nem sempre disseminando-se para outras partes do corpo.
De acordo com a pasta, as características dos casos mais recentes podem ser facilmente confundidas com IST (infecções sexualmente transmissíveis). No entanto, coinfecções (duas infecções ao mesmo tempo) com varíola dos macacos e outras IST foram relatadas – a presença de uma IST não exclui a varíola dos macacos.

Fonte: ND+
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