O consumo de tabaco caiu de 28% em 2000 para 16,3% em 2020 nas Américas, e 96% da população está protegida por pelo menos uma medida de luta antitabaco. Contudo, os cigarros eletrônicos são uma ameaça, afirma a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).
O Chile é o país onde os adultos consomem mais tabaco (29,2%), seguido de Argentina, Estados Unidos, Uruguai e Cuba. O Panamá, por sua vez, é o que menos consome (5,0%).
Entre os jovens, Dominica registra o percentual de consumo mais alto, seguido de Argentina, México, Haiti e Guatemala. Os adolescentes de Canadá, Estados Unidos e Brasil são os que menos fumam.
Isso significa que 900 milhões de pessoas, ou seja, “96% da população da região, estão protegidos contra os danos do tabaco”, 50% mais do que em 2007, segundo a Opas.
“O tabaco causa quase um milhão de mortes anuais na região e é o único produto de consumo legal que mata até metade dos que o consomem”, afirma Anselm Hennis, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da Opas, citado em nota.
No entanto, os progressos não têm sido homogêneos e, segundo a Opas, “nove países ainda não adotaram nenhuma medida”, entre os quais se destacam Cuba, Nicarágua, República Dominicana e Haiti.
Segundo o relatório, em 2021, 24 países da região aplicavam medidas para proteger com a exposição passiva à fumaça de tabaco, 22 destacavam de forma importante os perigos do tabaco nos maços de cigarros, dez dispunham de sistemas de vigilância com dados recentes, seis proporcionavam ajuda integral para deixar de fumar e nove proibiam totalmente a publicidade da substância.
A América do Sul se converteu na primeira sub-região sem fumaça de tabaco nas Américas, ou seja, onde está proibido fumar em locais fechados, públicos e de trabalho, e nos transportes públicos.
O relatório adverte que os novos produtos, como os cigarros eletrônicos, “estão cada vez mais disponíveis e acessíveis, o que supõe uma ameaça para o controle do tabaco”. Além disso, “a indústria do tabaco utiliza afirmações enganosas para ganhar consumidores e novos mercados”, acrescenta o texto.
A Opas recomenda aos governos que intervenham para “evitar que os não fumantes comecem a consumir esses produtos, impedir que o consumo de tabaco volte a ser normalizado na sociedade e proteger as gerações futuras”.