Segundo dados do levantamento “Comportamento Financeiro das Classes CDE”, cerca de 27% das famílias brasileiras relatam que as despesas são superiores ao salário recebido no início do mês. O impacto maior é nas classes D e E (32%), conforme aponta pesquisa.
Conforme a pesquisa, um aumento dos gastos foi relatado por 46% dos entrevistados como o principal fator para o comprometimento da renda, com maior impacto entre pessoas da classe C (56%).
Já a diminuição da renda afeta cerca de 20% dos entrevistados, sendo as classes D e E as que mais sofrem com os baixos salários, com 32%. Nathalia, do Nath Finanças, colaboradora da pesquisa, afirma que os mais prejudicados são os vulneráveis economicamente.“Pessoas economicamente vulneráveis são as mais impactadas. Mais da metade dos entrevistados são das classes DE, com maioria de mulheres (52%) e jovens entre 16 e 29 anos (33%). Não podemos ignorar questões sociais e de gênero”, aponta Nathália.
Cartão de Crédito e o endividamento
Com um cenário de taxa de endividamento recorde, 19% relatam terminar o mês no vermelho, sendo que 31% das vezes, a saída é recorrer aos empréstimos. Dos entrevistados, 69% relatam usarem o cartão de crédito por necessidade e não por capricho.A compra de alimentos é o primeiro item da lista entre os gastos com cartão, atingindo 71% das classes CDE. “Isso mostra que as pessoas estão dispostas a correr risco de endividamento para manter se nível de consumo”, explica o Head de Marketing do Opinion Box, Dani Schermann, também colaborador da pesquisa.
76% das pessoas relatam usar o cartão de crédito para compras online e 34% utilizam o recurso para cobrir despesas fixas, como água, luz e gás. “A falsa segurança que o cartão de crédito da pode colocar muita gente em uma enrascada. Meu conselho é usar o cartão para emergências e compras que sejam muito caras para comprar a vista”, orienta Nathália.Importância da educação financeira
Quase 75% dos entrevistados relataram que se tivessem aprendido sobre finanças na escola, provavelmente hoje estariam em uma situação diferente. Nessas horas, as redes sociais são as grandes aliadas para quem quer aprender a cuidar do dinheiro, diz 56%.Prova de que a estratégia está dando certo é que 85% têm o hábito de anotar os gastos mensais. “Não existe o melhor método, mas o que funciona para cada um. Anotar ou usar um aplicativo são questões ligadas ao acesso à internet, por exemplo. O que salta aos olhos é saber que 7 em cada 10 pessoas acham importante aprender sobre finanças pessoais”, finaliza Nathalia.
Sobre a pesquisa
O levantamento inédito foi feito de forma online, em maio de 2022, com a participação de 2.072 pessoas. O “Comportamento Financeiro das Classes CDE” foi realizado em parceria da Nath Finanças e Opinion Box.“As classes CDE representam a maioria esmagadora dos consumidores no Brasil e, por isso, fazer um estudo tão completo e detalhado é fundamental para entendermos a decisão de compra e os desafios deste grupo”, diz Dani Schermann, do Opinion Box
Para Nathália Rodrigues, “Há três anos eu dialogo com pessoas das classes C, D e E pelas minhas redes sociais e sei quão importante é aprofundar as informações sobre quem consome o meu conteúdo. Dessa maneira, com a pesquisa, desejo incentivar que as pessoas se debrucem sobre o tema e entendam cada vez mais sobre quem representa mais de 80% da população brasileira”, explica