Ao ao longo dos 13 anos de governos do PT, o Brasil presenciou diferentes escândalos no poder público. Bilhões de reais foram desviados dos cofres do Governo para financiar esquemas ilegais, como compra de votos de parlamentares para a aprovação de projetos e lavagem de dinheiro em contratos superfaturados da Petrobras.
Tudo isso aconteceu há pouco menos de duas décadas, em um período no qual uma parcela importante do eleitorado brasileiro ainda era criança ou recém-nascido: 37,3 milhões de eleitores que têm entre 16 e 29 anos de idade têm pouca ou nenhuma lembrança do que ocorreu.
Um dos primeiros grandes episódios de fraude das gestões do PT veio à tona em 2005. Naquele ano, foi revelado que o partido usava dinheiro público para pagar uma mensalidade a deputados federais em troca da aprovação de propostas importantes ao Executivo, caso que ficou conhecido como Mensalão. Graças ao esquema, Lula conseguiu a aprovação de uma reforma da previdência em 2003, primeiro ano dele como presidente.
Graças ao esquema, Lula conseguiu a aprovação de uma reforma da previdência em 2003, primeiro ano dele como presidente.Segundo o delator do esquema, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, os parlamentares recebiam até R$ 30 mil por mês para apoiar o governo. De acordo com as informações divulgadas por Jefferson, o dinheiro que abastecia o esquema vinha de recursos que o governo federal repassava a uma agência contratada para fazer a publicidade de órgãos públicos.
Diferentes políticos do PT tiveram envolvimento no Mensalão e a maioria acabou presa, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o ex-deputado João Paulo Cunha (PT-SP), entre outros.Petrolão
Outro escândalo que marcou as passagens do PT pela Presidência da República ganhou repercussão a partir de 2014, ainda no primeiro mandato de Dilma. O caso envolveu a Petrobras, que foi palco de um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou bilhões de reais dentro da empresa estatal com pagamento de propina. O episódio ficou conhecido como Petrolão.
As fraudes do Petrolão foram investigadas pela Operação Lava Jato, do Ministério Público Federal (MPF), e pelo menos 70 pessoas foram condenadas pela Justiça por envolvimento no escândalo. Entre elas, está o ex-presidente Lula.
Em julho de 2017, o ex-juiz Sergio Moro condenou o petista a 12 anos e um mês de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela reforma de um triplex no Guarujá (SP), em segunda instância. Posteriormente, a pena foi reduzida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a 8 anos e 10 meses. Ele começou a cumprir a prisão em 7 de abril de 2018, na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Em 2021, o plenário do Supremo Tribunal Federal confirmou a decisão do ministro Edson Fachchin que julgou incompetente a 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba. Com isso, as ações penais contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram anuladas por não se enquadrarem no contexto da operação Lava Jato.
Impeachment de Dilma
As "pedaladas fiscais" são como ficaram conhecidos os atrasos nos repasses da União a bancos públicos para cobrir gastos dessas instituições com programas do governo. No caso do impeachment de Dilma, ela foi acusada de recorrer a essa prática para operacionalizar o Plano Safra.
A ex-presidente também foi acusada de editar decretos de créditos suplementares sem a autorização do Congresso em 2015. Esses decretos autorizaram um aumento dos gastos públicos em um momento em que o governo sabia que não atingiria a meta fiscal, o que é proibido pela Constituição.