Nove pacientes que tinham paralisia por lesão na medula espinhal voltaram a andar após serem submetidos a um tratamento inovador conduzido por cientistas na Suíça. Os resultados do trabalho foram publicados na quarta-feira (9) na revista Nature.
O ponto de partida foi estudar em camundongos uma família de neurônios que expressam o gene Vsx2, que não são necessários para a caminhada nestes animais, mas cujo conhecimento foi essencial para o processo de recuperação da função motora em humanos.
A partir daí, o grupo de cientistas conseguiu pela primeira vez visualizar a atividade da medula de um paciente enquanto ele caminhava.
Com os avanços do estudo, percebeu-se a importância dos neurônios Vsx2, que são ativados durante o processo de estimulação da medula espinhal.
Essa identificação e remodelação dos neurônios ativados na medula durante a movimentação dos membros inferiores foram fundamentais para o sucesso da terapia, que conseguiu que os pacientes se levantassem, andassem e reconstruíssem seus músculos.
Quando a estimulação elétrica da medula foi desligada, a capacidade motora deles foi mantida, algo que sugere que as fibras nervosas usadas para caminhar haviam se reorganizado, afirmam os autores do estudo.