INFRAESTRUTURA - 25/11/2022 09:51 (atualizado em 25/11/2022 11:24)

Com pavimentação precária, BRs em SC comprometem segurança e economia

Estudo da FIESC envolveu os 1,18 mil quilômetros das BRs 282, 153, 158 e 163 e do trecho da BR-470 entre Indaial e a divisa com o RS; além da restauração dos trechos com irregularidades, a entidade recomenda implantação de terceiras faixas na 282 entre Palhoça e Lages
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Pavimentação deteriorada é uma situação constante nas rodovias federais em Santa Catarina, revela estudo da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), realizado entre agosto e setembro, pelo engenheiro Ricardo Saporiti. O levantamento  identifica pontos críticos em praticamente todos os 1,18 mil quilômetros percorridos nas BRs 282, 470, 153, 158 e 163 (integralmente), além do trecho da BR-470 entre Indaial e a divisa com o RS. No traçado entre Florianópolis e Lages da BR-282, principalmente até Alfredo Wagner, o principal entrave é a lentidão do tráfego, devido ao movimento intenso. Neste caso, a FIESC sugere a implantação de terceiras faixas, especialmente em subidas, e a retomada de estudos para a execução do traçado original da rodovia na Grande Florianópolis. O relatório foi apresentado em reunião da Câmara de Transporte e Logística da FIESC nesta quinta (24).

“Tanto no âmbito federal quanto no estadual, 60% das nossas rodovias estão necessitando de restauração, por isso, precisamos urgentemente garantir recursos e um programa de manutenção preventiva e rotineira das rodovias e suas obras de arte especiais”, afirma o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. “Rodovias em mau estado elevam o número de acidentes e aumentam o consumo de combustíveis, o custo de manutenção e o tempo das viagens; ou seja, trazem impactos sociais e econômicos”, alerta o empresário. “Por outro lado, o recurso investido na melhoria das condições das rodovias tem retorno com o incremento da atividade econômica, arrecadação de impostos e geração de empregos”, salienta. 

O relatório será enviado pela FIESC às autoridades estaduais e federais, incluindo os poderes executivos e os parlamentares eleitos e reeleitos. No dia 5 de dezembro o tema será retomado, com a apresentação da agenda de infraestrutura, pela qual a entidade deverá demonstrar as principais necessidades catarinenses no setor.

O engenheiro Ricardo Saporiti tem realizado vistorias nas rodovias catarinenses desde 2011. Nesse período, ele percorreu 13.423 quilômetros. O número supera a malha rodoviária total de Santa Catarina, mas algumas rodovias foram visitadas mais do que uma vez.

Traçado original e ampliação de terceiras faixas na BR-282

Tráfego intenso, que eleva o risco de acidentes e o tempo de viagem é a principal dificuldade para quem transita pela BR-282, entre Florianópolis e Lages, principalmente no trecho de serra, até Alfredo Wagner. A solução apontada é a execução de mais trechos de terceira via. “Comparadas às obras de duplicação, as faixas adicionais são melhorias de baixo custo e menor impacto ambiental que aumentam a qualidade do serviço e a segurança em rodovias”, relata o levantamento, que confirma outro trabalho da FIESC a respeito do assunto – o documento “BR-282 Mais Segura e Mais Eficiente”, lançado em junho de 2021.

O relatório produzido em 2022, que é embasado em dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e estatísticas de acidentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), concluiu como adequada a execução de terceiras faixas em 40,1 quilômetros no sentido Leste-Oeste e em 28,8 quilômetros no sentido oposto. O trabalho sugere ainda readequações e melhorias em interseções, relocações de sarjetas de drenagens e reforço da sinalização horizontal e vertical. Durante a realização da verificação in loco foi identificado início de obra de terceira faixa no km 50, entre Santo Amaro da Imperatriz e Rancho Queimado, a qual já se encontra concluída.

A rodovia tem seu ponto zero nas pontes Colombo Salles e Pedro Ivo Campos e depois de seis quilômetros (que correspondem à Via Expressa) se sobrepõe à BR-101 em trecho de 9 quilômetros até Palhoça. A partir daí (km 15,5) até o acesso a Santo Amaro da Imperatriz (km 23,2) seu traçado é provisório, sobre uma antiga rodovia estadual e em região densamente urbanizada. A alternativa recomendada pela FIESC é a elaboração de Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) e dos projetos rodoviários executivos do traçado definitivo da BR-282, entre seus kms 6 e 24 (do trevo com a BR-101 e o Bairro São Francisco, em Santo Amaro da Imperatriz), numa extensão de aproximadamente 20 quilômetros, passando pelas localidades do Roçado, Forquilhinha, Brejarú, Pedra Branca e Calembra.

Defeitos na pavimentação são recorrentes

Nos demais segmentos percorridos pelo engenheiro Saporiti o problema mais recorrente é a deterioração da pavimentação. São relatados trincamento e desagregação do asfalto, buracos, afundamento e recalque da pista, trilhas de roda e mesmo remendo recente de capa já deteriorado.

BR 470 – de Indaial à Divisa SC/RS – foram destacados nove pontos com a pista danificada, em alguns casos em longos trechos. No km 193,5, os defeitos se estendem por 5 quilômetros, no km 124, chegam a 4 mil metros e no km 158,6 a avaria tem extensão de 1,35 mil metros.

Nesta rodovia, foram observadas obras em andamento para a construção de viaduto e de ponte em Pouso Redondo e de restaurações de subtrechos entre Otacílio Costa e a Divisa com o Rio Grande do Sul.

BR-282 – no traçado entre o trevo com a BR-116 e o Extremo- Oeste, foram identificados pontos com irregularidades na pista, inclusive em quatro pontes. No km 572, as deformidades se estendem por 1,5 mil metros. O segmento entre Chapecó e São Miguel do Oeste apresenta problemas no pavimento em aproximadamente 20% da sua extensão, inclusive com sinalização horizontal precária.

Na mesma rodovia, existem irregularidades de revestimento de pista em quatro pontes – sobre os rios do Peixe (revestimento e na cabeceira), Irani, Chapecó e das Antas.

No caso do segmento entre Vargem Bonita, o Trevo do Irani (entroncamento com a BR-153) e Ponte Serrada, durante o estudo, nos meses de agosto e setembro, foi identificada precariedade no revestimento asfáltico, embora uma operação tapa-buracos tivesse sido realizada pouco tempo antes. Ao passar pelo local na semana passada, o engenheiro Saporiti constatou que uma nova recuperação global do pavimento existente está em andamento naquele trecho. Entre Lages e Campos Novos, o trecho também está sendo recuperado. Igualmente está em execução o acesso a Nova Itaberaba.

BR-158 – Cerca de 30% do trecho catarinense, com extensão total de 47 km (entre o BR-282 próximo a Cunha Porã e a divisa com o Rio Grande do Sul), apresenta pavimentação danificada. O estudo cita seis pontos mais problemáticos, incluindo o km 81,5, onde a danificação da pista se estende por 3 mil metros. A ponte sobre o rio Lajeado Sertão (km 130) também apresenta precariedade na pavimentação.

BR-153 – com cerca de 120 quilômetros de traçado no território catarinense, registra defeitos na pavimentação em seis lugares, incluindo os kms 58 e 81,5, no qual a anomalia também se estende por 3 mil metros. A ponte sobre o rio Uruguai, na divisa com o Rio Grande do Sul, apresenta problemas nas juntas de dilatação.

BR-163 – Igualmente são seis pontos críticos, num trecho de quase 60 quilômetros no território de Santa Catarina. Além disso, há uma obra abandonada de um viaduto no trevo com a BR-282, no acesso a Paraíso, a qual é recomendada a retomada. O traçado, que recentemente foi considerado a pior estrada brasileira em pesquisa da Confederação Nacional do Transporte, está sendo recuperado, com a realização de cerca de 47 quilômetros de nova pavimentação, uma obra custeada basicamente com recursos estaduais. São 18 quilômetros entre São Miguel do Oeste e Guaraciaba, que recebem concreto asfáltico betuminoso, mais 23 quilômetros entre Guaraciaba e Guarujá do Sul, passando por São José do Cedro, com pavimento rígido de concreto (17 quilômetros já executados) e os 12 quilômetros entre Guarujá do Sul e a divisa com o Paraná, com dois quilômetros de recapeamento asfáltico executado e o restante apresentando pavimento bastante deteriorado, quando da vistoria.

Defeitos na pavimentação

BR-470
Km 124 (cerca de 4 km)
Km 158,6 (1,35 km)
Km 169,2
Km 186
Km 189
Km 195,5 (cerca de 5 km)
Km 347
Km 352
Km 358,6

BR-282
Km 329,2 (cerca de 800 metros)
Km 439,8
Km 440
Km 443
Km 449,6 (remendos de capa recém executados)
Km 456
Km 458
Km 572 (cerca de 1,5 quilômetro)
Km 577,3
Km 577,5
Km 600
Km 601
Km 607,7
Km 608
Km 621,5
Km 626
20% do trecho entre Chapecó e São Miguel do Oeste, apresenta problemas no pavimento e sinalização horizontal precária.

BR-158
Km 81,5 (3 km de extensão)
Km 100
Km 108
Km 112,3
Km 134,9
A BR-158, com extensão total de 47 km, apresenta uma situação muito ruim do seu pavimento, em aproximadamente 30% do seu total

BR-153
Km 39
Km 49
Km 58 (3 km de extensão)
Km 59
Km 89,5
Km 104

BR-470
Construção de viaduto e de ponte em pouso redondo
Restauração do trecho entre Otacílio Costa e a divisa com o RS

BR-282
Km 50 – Terceira faixa
Recuperação do pavimento entre Lages e Campos Novos
Trecho Vargem Bonita-Ponte Serrada passando por processo de recuperação global do pavimento existente.
Execução do acesso a Nova Itaberaba

BR-163
São Miguel do Oeste-Guaraciaba revestimento com concreto betuminoso asfáltico
Guaraciaba-Guarujá do Sul, 17 km de pavimento rígido em concreto
Guarujá do Sul-Divisa com o PR – 12 km de pavimento asfáltico


Fonte: Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina – FIESC / Gerência Executiva de Comunicação Institucional e Relações Públicas – GECOR
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