A situação dos casos de diarreia em Florianópolis passa a ser considerada uma epidemia na tarde desta sexta-feira (6), segundo a Vigilância Epidemiológica Municipal. São 578 casos registrados desde 1º de janeiro nas unidades sentinelas do município – as UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) Sul e Norte.
A classificação foi definida após os registros nas UPAs superarem a média de notificações comum ao período, entre os anos de 2014 a 2019, segundo a Vigilância Epidemiológica de Florianópolis. Os dois anos de pandemia foram excluídos do cálculo devido à menor circulação de pessoas.
Nos cincos anos analisados, a Prefeitura de Florianópolis identificou uma média de 490 casos de diarreia entre 1º e 6 de janeiro. Em 2023, são quase 100 notificações a mais. O número deve ser ainda maior, uma vez que não são todas as pessoas que procuram as UPAs.Do total, 478 quadros de diarreia foram identificados na UPA Norte e 100 na UPA Sul. “Quando o aumento é generalizado, e acima do esperado para o ano, consideramos epidemia. Até hoje pela manhã estávamos no limite máximo do alerta. Agora estamos acima”, explica Ana Cristina Vidor, gerente de Vigilância Epidemiológica.
Vigilância Epidemiológica investiga causa
As pessoas acometidas pela diarreia defecam mais vezes, e as fezes são moles ou líquidas. O quadro pode ser provocado por diferentes “agentes etiológicos”: a infecção por ser provocada por bactérias, vírus, toxinas e outros parasitas e podem ter como sintoma a diarreia.“O causador ainda não foi identificado, e ainda não podemos dizer que todos os casos têm único agente”, explica Vidor.
A Secretaria de Saúde de Florianópolis encaminhou amostras dos casos para o Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina). Com a análise do material, o laboratório deve identificar o que está por trás da explosão de casos de diarreia na Capital.Desde o último fim de semana, a Vigilância Epidemiológica ampliou a investigação para as demais regiões do município. Ainda não há como falar de local comum às infecções.
“Têm casos com causa óbvia, como consumo de alimentos em festa, por exemplo. Outros ainda não têm foco definido. Os quase 600 registros podem ter situações diferenciadas”, explica a gerente.
Causas e cuidados
“As diarreias de verão têm muita a ver com a contaminação de águas e alimentos”, explica o infectologista Valter Araújo. “A purificação das águas e as medidas de segurança alimentar são as coisas básicas que as vezes, no verão, caem por terra”.Deve-se evitar que os alimentos fiquem fora de refrigeradores por mais de duas horas. As carnes devem ser bem cozidas e as mãos devem ser lavadas antes de cozinhar e ingerir alimentos.
Ana Vidor, gerente da vigilância epidemiológica de Florianópolis, orienta os seguintes cuidados:- lavar as mãos com frequência e utilizar álcool gel;
- cuidar com a origem dos alimentos e bebidas, prestando atenção na refrigeração correta;
- alimentos devem estar bem armazenados;
- moradores e banhistas devem consumir em locais fiscalizados;
- evitar excesso de bebidas e frituras, que podem irritar o estômago;
- evitar locais com aglomeração e lavar as mãos frequentemente nesses locais;
- respeitar as recomendações de balneabilidade;
- caso esteja com diarreia e vômito, é recomendo ficar em casa e evitar se expor ao sol.