O novo organograma do MEC não tem mais essa área, que era vinculada à Secretaria de Educação Básica desde o governo passado. Questionada sobre o que ocorreria com as unidades já apoiadas, a gestão do ministro Camilo Santana (PT) não deixou claro o que fará. Declarou apenas que há em curso um "processo de reestruturação, montagem de equipe e avaliação de programas e ações".
O PT é majoritariamente contra o modelo. Mas há também no partido e nas legendas que apoiam o governo quem o defenda.
Especialistas condenam a militarização da educação, com a presença de policiais nas unidades escolares, e afirmam que escolas convencionais também podem melhorar seus resultados se receberem atenção especial -as unidades ganharam evidência nos últimos anos por causa de indicadores educacionais positivos e por atacarem o problema da indisciplina.
Brasil tem mais de 200 escolas cívico-miliares
Haveria ainda mais de 300 municípios que demonstraram interesse pelo modelo. O plano inicial era de um fomento de R$ 1 milhão por escola.
Valores empenhados e não pagos vão para os chamados restos a pagar. Continua, dessa forma, a obrigação de execução.
"É um modelo alternativo às mais de 650 escolas públicas do DF, para as famílias que assim desejarem. A avaliação é muito positiva, com ampla aceitação de pais, professores e responsáveis e filas grandes para conseguir vagas", afirma nota da secretaria de Educação.
São 17 unidades no Distrito Federal, sendo que quatro ainda estavam em processo de implementação por meio do projeto com o MEC. A secretaria informou que não recebeu os recursos federais.
Quase 6 em cada 10 colégios cívico-militares com médias no Enem têm alunos nos três maiores altos níveis socioeconômicos (em uma escala com sete níveis). Escolas militares têm desempenho similar ao de unidades com perfil parecido. Acima da média, centenas de colégios estaduais com alunos do mesmo perfil socioeconômico têm resultado melhor.
O decreto de reorganização da pasta extinguiu duas subpastas vigentes no governo anterior: a de modalidades especializadas e a de alfabetização. O entendimento do novo governo é que não faz sentido o tema da alfabetização ficar fora da Secretaria de Educação Básica, que foi mantida.