Dez cidades de Santa Catarina enviarão amostra de água após surto de casos de diarreia no Estado. Além disso, o governo estadual intensificou a análises das coletas nos municípios catarinenses.
A primeira cidade a encaminhar o material, na última segunda-feira (16), foi Piçarras. A amostra foi recebida no Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública) e está em um trabalho minucioso de análise que passa por diferentes etapas.
De acordo com o governo estadual, o processo começa pela coleta do material, pela vigilância sanitária municipal, que é encaminhado ao laboratório, passa pelo processamento da amostra, finalizando com a análise de resultados. A testagem é feita para quatro vírus: Hepatite A, rotavírus, norovírus e adenovírus.Além do município de Piçarras, outros nove irão encaminhar amostras para análise, sendo eles:
Barra Velha;Penha;
Navegantes;
Porto Belo;
Balneário Camboriú;
Itapema;
Bombinhas;
Governador Celso Ramos;
Florianópolis.
Inicialmente as coletas serão feitas até 31 de janeiro, por meio de cronograma acordado entre a SES (Secretaria de Estado da Saúde) e os municípios.
Segundo a farmacêutica do Lacen, Marlei Debiasi, diversos testes estão sendo feitos, incluindo análise de água e amostra de fezes de pacientes.“Neste momento iniciamos uma nova etapa que é análise de água, mas para determinar a causa desse aumento nos casos é fundamental que as vigilâncias municipais estejam sensíveis aos problema e realizem as coletas e encaminhem aqui ao Laboratório”, explica.
Além da análise de água, o Lacen também tem recebido amostras de pacientes. Foram recolhidas 34 amostras até o momento. Sendo que 20 destas são de cidades litorâneas, um número considerado baixo para o volume de casos registrados.O superintendente de Vigilância em Saúde, Fábio Gaudenzi, explica as principais causas das doenças diarreicas detectadas nessa época do ano.
“É importante entender que essas doenças podem ter vários agentes, com diversas formas de transmissão, desde a ingestão de água e alimentos contaminados, como o contato com outras pessoas doentes”, complementa.
Por fim, o superintendente aponta que uma das formas de se proteger é manter o cuidado redobrado com a qualidade, procedência e conservação da água e dos alimentos. Assim como buscar sempre locais balneáveis para realizar atividades de lazer e manter a higienização.Doenças diarreicas agudas
Detectadas principalmente nas épocas de temperatura mais altas do ano, seja pela dificuldade de conservação de alimentos, seja pela grande concentração populacional nas cidades de praia, as DDA (doenças diarreicas agudas) podem ser causadas por diferentes agentes como vírus, bactérias, fungos, sendo os mais comuns o rotavírus e o norovírus e a bactéria Escherichia coli.
Apesar de casos serem geralmente leves, os grupos de maior risco como crianças e idosos podem ter sintomas agravados, principalmente a desidratação.Cuidados
- Lavar as mãos com frequência ou usar álcool em gel, especialmente antes e depois de utilizar o banheiro, trocar fraldas, manipular e preparar alimentos, amamentar e tocar em animais;- Beber bastante água desde que seja filtrada, tratada ou fervida. Não consumir água sem saber a procedência;
- Não utilizar gelo de procedência desconhecida;
- Não consumir alimentos fora do prazo de validade, mesmo com boa aparência;
- Alimentos deteriorados, com aroma, cor ou sabor alterados, não devem ser consumidos;
- Não consumir alimentos em conserva se as embalagens estiverem estufadas ou amassadas;
- Evitar o consumo de alimentos crus ou mal cozidos, principalmente carnes, pescados e mariscos, ou de procedência desconhecida;
- Embalar adequadamente os alimentos antes de colocá-los na geladeira;
- Não tomar banho em águas de praias impróprias/poluídas;
- Higienizar frutas, legumes e verduras com solução de hipoclorito a 2,5% (diluir uma colher de sopa de água sanitária para um litro de água por 15 minutos, lavando em água corrente em seguida para retirar resíduos);
- Lavar e desinfetar superfícies e utensílios usados na preparação de alimentos.