O Banco Central divulgou nesta sexta-feira (27) que a taxa média de juros do rotativo do cartão fechou dezembro de 2022 com 409,3% ao ano. O índice subiu 13,9 pontos porcentuais de novembro para dezembro e se tornou o maior patamar desde agosto de 2017 com 428% ao ano.
O rotativo do cartão é uma modalidade de crédito concedido quando o pagamento integral da fatura não é efetuado até o vencimento.
Com a evolução da taxa média de juros do cartão, um consumidor que cair no rotativo com uma dívida no valor de R$ 1.000 terá que desembolsar R$ 4.093 para quitar o saldo devedor com a instituição financeira após um ano.
Os dados divulgados mostram ainda a variação de quatro pontos percentuais das taxas cobradas no cheque especial ao longo de 2022, para 131,9% ao ano.
O rotativo do cartão e o cheque especial são as modalidades de crédito mais acessadas em momentos de dificuldade e, consequentemente, têm as linhas de crédito mais caras do mercado.
No mês de dezembro, as modalidades seguiram caminhos opostos. Enquanto os juros do cheque especial recuaram 1,6 ponto percentual, de 133,5% para 131,9% ao ano, a taxa média cobrada pelo rotativo do cartão avançou 13,9 pontos percentuais, de 395,4% para 409,3% ao ano.
Para driblar as taxas exorbitantes, o consumidor pode aderir ao empréstimo consignado, modalidade que oferece desconto direto na folha de pagamento. Em 2022, a taxa da linha de crédito avançou 5,1 pontos percentuais e fechou dezembro em 26,5% ao ano.
Dentro do consignado, as taxas variam entre os grupos de profissionais, com a menor delas cobrada aos servidores públicos (24,5% ao ano). Para os beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e trabalhadores do setor privado, as cobranças figuram em, respectivamente, 27,1% ao ano e 39,2% ao ano.