O Governo Federal anunciou nesta segunda-feira (20) a volta do programa Mais Médicos. O objetivo é expandir o número de profissionais de 13 mil para 28 mil.
Segundo a ministra da Saúde Nísia Trindade, o edital deve ser lançado ainda nesta semana, e só então será possível saber quantas vagas estão disponíveis para Santa Catarina.
De acordo com o que foi apresentado pelo governo, a seleção pode incluir médicos estrangeiros, mas a prioridade será para profissionais do Brasil. E aqueles que se formaram em outro país terão incentivo para fazer o Revalida, teste para que tenha a validação da formação aqui.
Demanda em Santa Catarina
“Estamos vivendo de sobressaltos. Tinha um programa Mais Médicos, ele foi encerrado, veio o Médicos pelo Brasil, com uma série de compromissos que também foi encerrado e agora volta o Mais Médicos. Esses sobressaltos não ajudam na condução de políticas públicas no nosso país”, afirma Cyro Soncini, presidente do Simesc.
Os médicos que responderam à pesquisa são das cidades de Florianópolis, Blumenau, Araranguá, Água Doce, Angelina, Balneário Camboriú, Botuverá, Capinzal, Correia Pinto , Chapecó, Criciúma, Gaspar, Garopaba, Ipira, Itapema, Itajaí, Içara, Joinville, Lages, Meleiro, Morro da Fumaça, Maravilha, Navegantes, Ponta Grossa, São José, Santo Amaro da Imperatriz, Turvo e Sombrio.
De acordo com o conselho, a Demografia Médica, do Conselho Federal de Medicina mostrou que há hoje 22.882 médicos registrados em Santa Catarina. Apenas seis estados tem mais profissionais registrados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia.
Consideradas apenas as cidades do interior, Santa Catarina tem 2,5 médicos para cada grupo de 1 mil habitantes. Nenhum estado tem maior presença de profissionais no interior.
Para o CRM-SC, o mais importante agora é dar as condições adequadas para atrair o médico formado para localidades ainda não atendidas. E isso exige a oferta de condições adequadas de trabalho com equipamentos, instalações com segurança sanitária, segurança trabalhista, entre outras.
Em nota, o CRM afirma que o programa apresentado agora não representa um passo na direção de uma carreira de Estado para o médico, já que o contrato previsto é de apenas quatro anos, com possibilidade de ampliação por mais quatro anos, e prevê o pagamento de bolsas e não de salário. Isso também não dá garantias de estabilidade para o profissional, diminuindo a atratividade do programa para médicos se deslocarem para locais que tem condições ruins de infraestrutura.
O CFM (Conselho Federal de Medicina) por meio da Demografia Médica 2023, mostrou uma situação diferente da registrada em Santa Catarina. De acordo com o levantamento, o número de médicos no país com registros nos Conselhos Regionais de Medicina é suficiente para atender a população.
São 49 cidades com mais de 500 mil habitantes, que concentram 32% da população brasileira e onde estão 62% dos médicos do País. Já as cidades de até 50 mil habitantes, que juntas possuem 65,8 milhões de pessoas, tem 8% dos profissionais da área, o que representa em torno de 40 mil médicos.
Médicos cubanos
A prioridade para brasileiros foi bastante ressaltada na apresentação, porque na edição anterior do Mais Médicos, em 2013, então governo de Dilma Rousseff, houve a contratação de um número significativo de médicos cubanos, por causa da parceria com a Opas (Organização Panamericana de Saúde).