A campanha de vacinação contra a gripe começa nesta segunda-feira (10) em todo o Brasil. O objetivo do Ministério da Saúde neste ano é imunizar 81,7 milhões de pessoas que fazem parte dos grupos prioritários e estão aptas a receber a vacina no SUS.
A vacinação foi antecipada na região Norte, onde começou em março, devido ao período de chuva e aumento dos casos de influenza a partir de abril.
Com a aproximação do inverno no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, é esperado também um crescimento dos números de infecções pelo vírus da gripe, por isto a importância da vacinação neste momento.
Podem se vacinar nos postos de saúde indivíduos que se encaixem nos seguintes grupos:
• pessoas com mais de 60 anos;
• crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias);
• gestantes e puérperas;
• pessoas com deficiência;
• pessoas com comorbidades;
• povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas;
• trabalhadoras e trabalhadores da saúde;
• integrantes das Forças Armadas;
• profissionais das forças de segurança e salvamento;
• caminhoneiros e caminhoneiras;
• professoras e professores;
• profissionais de transporte coletivo;
• profissionais portuários;
• profissionais do sistema de privação de liberdade;
• população privada de liberdade;
• adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas.
Em relação aos bebês e crianças, o ministério diz que aqueles que já receberam pelo menos uma dose nos anos anteriores devem tomar somente uma injeção neste ano.
Para crianças indígenas ou com comorbidades, é possível a vacinação até 9 anos incompletos.
Crianças que serão vacinadas pela primeira vez devem tomar o esquema de duas doses, com intervalo de 30 dias entre elas.
No informe técnico da vacinação, a pasta ressalta que os grupos prioritários são "atores sociais importantes no processo de prevenção e controle da influenza".
A meta do governo é vacinar 90% de cada um desses grupos, mas é algo que tem sido difícil de se atingir nos últimos anos. Em 2022, a cobertura média para todos eles foi de 68,1%.
A sobra de vacinas em muitos locais faz com que os municípios as ofereçam para quem não faz parte dos grupos prioritários, o que normalmente ocorre na metade do ano.
Até lá, quem não faz parte do público-alvo e deseja se vacinar deve fazê-lo na rede privada.
Para o pediatra infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), a percepção de risco sobre a gripe é o que influencia na adesão à vacina anualmente.
"Em geral, como a maioria das temporadas não é tão grave, na maioria das vezes atingir a cobertura vacinal não é tão fácil. [...] O grande desafio é conseguir comunicação e convencimento da população a se vacinar, mesmo com essa percepção de risco baixa. Para todas as vacinas é assim. Com a gripe, não é diferente", explica.
Porém, o médico lembra que já houve anos, como 2016, em que o grande número de hospitalizações por gripe levou a uma corrida aos postos de saúde de pessoas em busca da vacina.
"Aí você tem busca exagerada por vacinas, a campanha é concretizada em quatro, seis semanas. As clínicas privadas vendem muitas vacinas, filas nas portas..."