A Polícia Federal vai ouvir nesta segunda-feira (8), às 14h30, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres sobre a suposta interferência dele na Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições de 2022.
O ex-ministro vai depor na condição de declarante, o que lhe assegura o direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação. Entretanto, conforme apurou o R7, Torres não deve ficar em silêncio.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, foi quem determinou a oitiva. O depoimento faz parte de um inquérito sobre uma viagem do ex-ministro às vésperas do segundo turno das eleições, que teria sido realizada a fim de pedir "apoio" da Polícia Federal e da PRF para interferir no fluxo de eleitores.
A ação do então ministro da Justiça do governo Bolsonaro teria o objetivo de atrasar eleitores da Bahia no dia da votação. O pedido à PRF teria sido feito depois da produção de um relatório que detalhava os locais onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve mais votos no primeiro turno.
O depoimento estava marcado para a semana passada, mas a corporação o adiou após um pedido da defesa de Torres, que alegou "estado de saúde delicado". Na terça-feira (2), o Supremo recebeu laudo elaborado pela Gerência de Serviços de Atenção Primária Prisional da Secretaria de Saúde do Distrito Federal que afirma que o ex-ministro está em "bom estado geral, consciente, atento e colaborativo".