A Câmara de Vereadores de São Miguel do Oeste promoveu uma audiência pública para debater sobre a trafegabilidade da Rua Oiapoc. O evento, realizado no plenário do Poder Legislativo na noite de sexta-feira (23), foi proposto pelo vereador Valnir Scharnoski (Nini – PL), que conduziu os debates. A audiência reuniu dezenas de moradores e comerciantes do Bairro Agostini, especialmente usuários da Rua Oiapoc, e as discussões giraram em torno da possibilidade de instalação de uma ciclovia, ou ciclofaixa, nessa rua. Os manifestantes foram unânimes contra a ciclovia nesse local.
No início da audiência, Nini Scharnoski ressaltou que foram convidados representantes de entidades e de órgãos públicos, que não compareceram; e lamentou a ausência do Poder Executivo na audiência. Na sequência, o vereador convidou alguns moradores para fazer parte da mesa. Destacou que a audiência não tem efeito deliberativo, apenas consultivo, e que a ata do encontro será levada à Administração.
Nini fez uma apresentação dos usos da Oiapoc, por caminhoneiros, comerciantes, moradores, alunos da Unoesc. Ressaltou que a rua é utilizada para o tráfego, para carga e descarga, para o estacionamento. Ele afirmou que, a seu ver, a sociedade não foi ouvida para elaborar o projeto da ciclovia.
O vereador Moacir Fiorini (MDB) informou que no dia da audiência conversou com o secretário de Urbanismo Jeferson Dias, questionando o que será implantado na Oiapoc. Conforme relato de Fiorini, será implantada uma ciclovia, que é a sequência de um projeto da Administração, e que foi discutida numa audiência pública há alguns anos. A obra foi dividida em três etapas: a primeira etapa é do trevo até a rodoviária, na Rua Waldemar Rangrab; a segunda etapa é na Marcílio Dias (ambas já executadas); e a terceira etapa é do Estádio do Guarani até próximo à Unoesc.
Fiorini ressaltou que o Bairro Agostini tem a Unoesc, a UPA, o cemitério, o acesso para Bandeirante, o ginásio municipal, e é um bairro muito populoso, além de quase todos os loteamentos saírem nesse bairro. "Hoje a Rua Oiapoc está congestionada e muito perigosa", afirmou. Ele explicou ainda que, segundo o projeto da ciclovia, haverá estacionamento dos dois lados, mas poucas vagas, como na Rua Marcílio Dias.
A vereadora Cris Zanatta ressaltou que essas mudanças iniciaram em 2015, com a questão da mobilidade urbana do município de São Miguel do Oeste. Disse que na Marcílio Dias quem "pagou o pato" foi o comércio, em razão de que muitas pessoas desviam da via por não terem o hábito de dirigir em mão única. Afirmou que há conversas para tornar mão única as ruas Oiapoc e Barão do Rio Branco, e questionou se algum dos moradores foi consultado sobre isso.
Cris disse que não é contra os ciclistas, mas que está preocupada com a questão da segurança. Afirmou que na Rua Waldemar Rangrab os ciclistas trafegam, mas correm riscos. "Queremos a mobilidade urbana, mas que seja discutida junto, vendo as necessidades e priorizando elas", afirmou. Por fim, Cris pede à Administração que repense a situação da ciclovia.
Dezenas de moradores e comerciantes da Rua Oiapoc participaram da audiência. Em suas manifestações, as falas foram unânimes contra a criação da ciclovia na Oiapoc, sugerindo que a faixa exclusiva de ciclistas seja construída em outro local. Entre os argumentos apontados estão a falta de segurança, o grande movimento de veículos nessa rua e a possibilidade de prejudicar os comércios com a falta de estacionamento. Manifestantes também destacaram que há pequeno fluxo de bicicletas que utilizam essa via, inclusive por ser um local muito utilizado por veículos de pequeno e grande porte.
Por fim, encerradas as manifestações, o proponente da audiência Nini Scharnoski destacou que será realizado um abaixo-assinado dos moradores contra a ciclovia e se buscará uma audiência com a Administração Municipal para reverter a instalação dessa via exclusiva para ciclistas.