O aspartame, um adoçante artificial amplamente utilizado em refrigerantes e outros produtos alimentícios, é “possivelmente” cancerígeno para os seres humanos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), embora a dose diária considerada segura não tenha sido modificada.
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), da OMS, avaliou pela primeira vez o nível de perigo do aspartame. Os especialistas, que se reuniram de 6 a 13 de junho, concluíram que o adoçante “pode ser carcinogênico para os seres humanos”, incluindo-o no Grupo 2B da classificação da IARC.
De acordo com Paul Pharoah, professor de epidemiologia do câncer no Centro Cedars-Sinai em Los Angeles, “o público não deve se preocupar com o risco de câncer associado a um produto químico classificado no Grupo 2B”. Outros produtos incluídos neste grupo são o extrato de aloe vera e o ácido cafeico.
A decisão de incluir o aspartame nesse grupo foi tomada com base em “evidências limitadas” relacionadas ao câncer em humanos, em particular para o carcinoma hepatocelular, um tipo de câncer de fígado, de acordo com a OMS. Também foram observadas evidências limitadas de câncer em animais de laboratório. “As evidências limitadas sobre o carcinoma hepatocelular vêm de três estudos” realizados nos Estados Unidos e em dez países europeus.
Nesse caso, eles concluíram que os dados não forneciam motivos suficientes para justificar uma modificação na dose diária permitida estabelecida desde 1981.
Essa dose é de no máximo 40 mg por quilo de peso corporal, o que significa que uma pessoa pode consumir aspartame “sem riscos” dentro desse limite. Um adulto com 70 kg precisaria consumir entre 9 e 14 latas diárias de um refrigerante “light” (com 200 a 300 mg do adoçante) para exceder a dose permitida, assumindo que não tenha ingerido aspartame em outros produtos.