Um agora ex-gerente de banco em Blumenau foi condenado à prisão depois de ajudar uma quadrilha a assaltar duas colegas de trabalho, também gerentes, uma delas grávida. O caso aconteceu em setembro do ano passado e a sentença foi definida nesta quinta-feira (13). Além dele, outros três envolvidos foram condenados por roubo qualificado e por furto.
Os quatro tiveram funções diferentes no delito: o ex-bancário ajudou com informações que resultaram em desvios milionários, o segundo abordou as vítimas, o terceiro encomendou o assalto e o quarto fez o contato com o ex-funcionário. Somadas, as penas totalizam mais de 36 anos de reclusão.
Um turista que percebeu a ação chamou a Polícia Militar. Quando as gerentes são rendidas pelos criminosos e os bandidos arrancam o carro com as duas dentro, a testemunha age rápido e passa as informações para a polícia. Ele relata detalhes do veículo da vítima e também do que está em apoio aos ladrões.
Começava ali uma perseguição pela BR-470 que só teve fim em Blumenau, quando o pneu do Jeep Renegade estourou e a PM conseguiu fazer a abordagem. Um dos bandidos morreu em confronto com a polícia. As mulheres foram resgatadas com vida, sem ferimentos, mas bastante assustadas.
Elas tiveram os notebooks funcionais, smartphones e pertences pessoais roubados. Um dos assaltantes havia conseguido fugir. E assim outras camadas da história vieram à tona.
Segundo investigações da Polícia Civil, as gerentes eram observadas há cerca de 15 dias e o crime teria sido encomendado por um terceiro denunciado — membro de uma organização criminosa gaúcha —, com o auxílio do ex-bancário e de um homem que fez contato com o colega das vítimas. O objetivo era invadir o sistema da agência bancária e efetuar transferências de valores.
Cerca de R$ 2,6 milhões foram retirados das contas de mais de 20 clientes por pessoas usando as senhas das gerentes alvos do roubo. Consta nos autos que o colega das vítimas passava por dificuldades financeiras e teria aceitado participar da ação criminosa em troca de dinheiro, que nunca foi recebido.
No final, ficou sem o emprego, o dinheiro do crime e com uma condenação de 10 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado. Ele e outros dois comparsas não poderão recorrer em liberdade. O quarto réu poderá, uma vez que a detenção é em regime inicial aberto.