O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (18) que o programa de renegociação de dívidas Desenrola Brasil terá um aplicativo para atender os inadimplentes do varejo a partir de setembro. O comentário foi feito em entrevista ao programa Conversa com o Presidente, em Bruxelas, na Bélgica. Lula está no país para participar da cúpula entre a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia.
"Eu até brinquei, falei: 'Haddad, se isso der certo como você está dizendo, você vai ter que ganhar junto com a sua equipe um Prêmio Nobel da desenrolação'", completou.
A expectativa do governo é beneficiar 70 milhões de pessoas endividadas e com o nome negativado em informações de crédito, como o Serasa ou Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). A primeira fase do programa começou nesta segunda-feira (17), para atender o que o governo considera Faixa 2, que abrange a população com renda entre R$ 2.640 e R$ 20 mil por mês.
O presidente também afirmou que a floresta amazônica não pode ser vista apenas como um "santuário da humanidade". Lula disse que é preciso promover o desenvolvimento sustentável para que os habitantes da floresta tenham melhor qualidade de vida.
"Como o Brasil ainda tem milhões de quilômetros da Amazônia preservados, nós temos que transformar isso num patrimônio efetivamente brasileiro, mas que gere melhoria da qualidade de vida para o povo", declarou.
O que a gente quer compartilhar é a exploração científica da riqueza e da biodiversidade, para saber se dali a gente pode extrair produtos para a indústria do cosmético, mas sobretudo para a gente pesquisar como melhorar a vida do povo que mora na selva.
Lula defendeu ainda a ampliação da educação ambiental e a atuação das universidades e de pesquisadores na Amazônia. "É importante saber que a floresta em pé pode render mais para o Brasil do que derrubada. Temos 40 milhões de pastos degradados que podem ser recuperados para plantarmos o que quisermos, sem derrubar nenhuma árvore", comentou.