Santa Catarina é o segundo maior produtor de carne de frango do país. Apesar disso, apenas 3% dos embarques do produto para os japoneses são derivados do Estado. Por conta disso, as associações esperam que parte do impacto da suspensão seja absorvida por outras unidades frigoríficas.
— Haverá um pequeno impacto, mas ele será diluído. Os grupos presentes também possuem exportação para outros estados. Por isso são duas recomendações: mandar parte dessa produção, que seria destinada ao Japão, para outros estados; ou fazer o mesmo movimento com outros países habilitados — pontua.
Conforme apurado pelo Observatório Fiesc, da Federação das Indústrias de Santa Catarina, o país asiático importou US$ 310,8 milhões em frango, ovos e subprodutos, o equivalente a 14,75% da receita total no último ano. Essa é a primeira vez, em 30 anos, que o país suspende a importação.
Para tentar reverter a situação, uma comitiva formada por membros do Ministério da Agricultura (Mapa) e da ABPA irá ao Japão. A previsão é de que a viagem ocorra na próxima semana. O roteiro conta, ainda, com uma visita a Coreia do Sul.
— O Japão tem um entendimento um pouco mais restritivo do que aquilo que recomenda a Organização Mundial de Saúde Animal. Nós vamos justamente tentar mostrar aos japoneses que não há casos na produção comercial por meio de dados. O ministério está bastante empenhado para ter uma solução — pontua Rua.
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Impacto em outros mercados
Apesar da confirmação, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina e a ABPA afirmam que tanto o Brasil quanto Santa Catarina seguem com o status sanitário livre de Influenza Aviária de Alta Patogenidade (IAAP), já que não houve casos da doença em ave comercial.
— O que aconteceu no Espírito Santo e Santa Catarina são casos isolados. Não podemos criar situações que não existem. Só o Japão está adotando essa postura [da suspenção]. Apesar do monitoramento contemplar os outros países, não há nenhum indicativo outro fechamento — explica Luis Rua, diretor de mercados da associação.
Em nota, as entidades informaram que todos os protocolos de biosseguridade seguem elevados e que tem apoiado o trabalho do Ministério da Agricultura e Pecuária, juntamente com a Secretaria de Agricultura da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, no monitoramento dos casos.
Entenda o caso
A propriedade foi interditada, as aves eutanasiadas e as carcaças destruídas e enterradas. Este é o segundo caso de gripe aviária registrado em Santa Catarina. Em junho, a doença já tinha sido identificada em uma ave silvestre.
- Sinais respiratórios e neurológicos, tais como dificuldade respiratória
- Torcicolo ou girando em seu próprio eixo
A Cidasc ressalta, ainda, que aves silvestres mortas ou com sinais clínicos da doença não devem ser manipuladas”, e que “não há evidências de que o consumo de carne de aves ou de ovos ofereça risco à saúde humana”.