Depois de amargar o maior volume de saques da história no primeiro semestre, a caderneta de poupança registrou um novo resultado negativo em julho, com saques R$ 3,58 bilhões maiores do que os depósitos.
A perda é a segunda maior apurada para o mês desde o início da série história, iniciada em 1995. O resultado é melhor apenas do que o apurado no mesmo período do ano passado, quando as retiradas superaram as aplicações em R$ 12,7 bilhões.
O saldo negativo de julho reverte o único ingresso da caderneta no ano, registrado no mês de junho. Com isso, a caderneta tem perda de R$ 70,2 bilhões no acumulado dos sete primeiros meses de 2023.
A perda de recursos da poupança pode ser justificada pelo baixo retorno da aplicação diante de outros investimentos que oferecem segurança semelhante. Com a taxa básica de juros fixada ainda em níveis elevados, a rentabilidade da caderneta equivale a 0,5% ao mês mais o pagamento da taxa referencial, o equivalente a um retorno médio de 6,34% ao ano.
Mesmo com o baixo retorno, a caderneta conta com a ajuda da perda de ritmo da inflação nos últimos meses. Com o arrefecimento do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), as aplicações na poupança renderam 2,95% entre janeiro e junho, o maior ganho real desde 2017.