Status sanitário comprometido - 08/08/2023 05:51

Gripe aviária em SC chega a nove casos após duas novas confirmações em pinguins

Novos focos não comprometem o status sanitário de Santa Catarina
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Pinguins-de-magalhães são espécies silvestres migratórias presentes no Litoral catarinense / (Foto: Nilson Coelho/Agência Petrobras)

Santa Catarina chegou a nove casos de gripe aviária após dois novos episódios terem sido confirmados pelo Ministério da Agricultura (Mapa). A doença foi detectada na última quinta-feira (3) em pinguins-de-magalhães em São Francisco do Sul, no Litoral Norte do estado, e em Laguna, no Litoral Sul.

Os novos focos não comprometem o status sanitário de Santa Catarina, já que envolvem aves silvestres, e não uma espécie comercial. Isso é motivo de alerta para autoridades e produtores rurais.

O estado já teve oito confirmações envolvendo aves silvestres desde que o primeiro foco veio a público, em 27 de junho, e uma que trata de ave de subsistência, do mês passado.

Potencial devastador

A gripe aviária mostra baixa probabilidade de infectar humanos, mas tem potencial devastador no caso de atingir aves comerciais, em especial em Santa Catarina, o segundo maior produtor de frango do país.

— Ela causa uma mortalidade muito alta e em pouquíssimo tempo. E, com uma confirmação, o Brasil perderia o status atual e não conseguiria mais vender produtos de origem aviária para outros países. Então seria uma crise muito grande: tem o problema para o animal e também para o lado social, porque milhares de famílias e indústrias vivem disso — disse o veterinário Diego Torres Severo ao NSC Total em fevereiro, quando confirmações em países vizinhos já causavam alerta em Santa Catarina.

Severo é diretor de defesa agropecuária da Cidasc, órgão estadual de defesa sanitária em Santa Catarina. Na ocasião em que conversou com a reportagem, ele já havia adiantado que o principal foco de transmissão da influenza são as aves silvestres migratórias, caso do pinguim-de-magalhães.

Esses animais podem transmitir o H5N1, causador da doença, para aves locais, que, eventualmente, podem passar o vírus para aves dométicas, de criação comercial ou não.

Como identificar a doença e o que fazer

A Cidasc afirma que eventuais episódios de mortalidade em massa de um grupo de aves já é motivo de alerta, mesmo que ocorra, por exemplo, em alguma praia de Santa Catarina, muito distante das granjas que se concentram no Oeste do estado.

Além da alta incidência de morte, a doença pode ser reconhecida pela dificuldade da ave em respirar e pelos sinais clínicos neurológicos, com o animal se debatendo e em posição de torcicolo.A Cidasc alerta que aves silvestres mortas ou com sinais clínicos da doença não devem ser manipuladas.

Para o caso de eventual suspeita de ocorrência da gripe aviária, a Cidasc faz atendimento pelo telefone 0800-643-9300. É possível ainda procurar a unidade mais próxima do órgão, além do IMA, com gerências regionais espalhadas por Santa Catarina, e da Polícia Militar Ambiental (PMA).

O Mapa também recebe notificações por qualquer meio de cada Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária ou pelo sistema e-Sisbravet.

Fonte: NSC
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