A alteração do preço do dólar de 365,50 ante um fechamento de 298,5 na sexta-feira, antes das eleições, também foi um fator de impacto. “A autoridade monetária considera conveniente reajustar o nível das taxas de juros dos instrumentos de regulação monetária, em linha com a recalibração do nível da taxa de câmbio oficial. Isso, para ancorar as expectativas cambiais e minimizar o grau de repasse aos preços, tende a retornos reais positivos dos investimentos em moeda local e favorece o acúmulo de reservas internacionais. O BCRA continuará monitorando a evolução do nível geral de preços, a dinâmica dos mercados financeiro e cambial e dos agregados monetários para calibrar sua política tarifária”, afirmou o Banco Central Argentino.
As eleições de domingo, com participação de 69% dos mais de 35 milhões de eleitores, dividiram o eleitorado em três partes de peso similar.
A Argentina é a terceira maior economia da América Latina e um importante exportador mundial de alimentos. Ao mesmo tempo, tem de cumprir um acordo de 44 bilhões de dólares (R$ 216 bilhões, na cotação atual) com o FMI.
Nestas eleições, também foram escolhidos os candidatos às eleições legislativas parciais, que renovam parte do Congresso, a prefeitura da capital e o governo da província de Buenos Aires.
Com a crise econômica que assola a Argentina, uma inflação que chega a 115% interanual e a pobreza em ascensão (40%), o discurso de Milei contra o que chama de “casta política” capitalizou o descontentamento. Embora quase sempre tenham vivido em uma economia em crise, os argentinos sofrem neste momento com os piores indicadores em 30 anos. “Conseguimos construir esta alternativa competitiva que dará fim à casta política parasitária, que rouba, inútil”, declarou Milei em seu primeiro discurso após o anúncio dos resultados. “Estamos em condições de vencer a casta no primeiro turno”, acrescentou.