Quatro meses após a cabeleireira Izabel Bukoski, de 44 anos, ter sido encontrada morta no pátio de uma casa no bairro Paraíso, em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, a Polícia Civil esclareceu a causa da morte e o que aconteceu no dia que o corpo foi visto por pessoas que passavam na rua, na tarde do dia 3 de abril deste ano.
O caso foi investigado pelo delegado da DIC (Divisão de Investigação Criminal), Vagner Papini. Em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (17) ele revelou que, na verdade, a mulher morreu em decorrência de insuficiência respiratória devido a um infarto e não foi vítima de um homicídio, como inicialmente se suspeitava devido a hematomas encontrados pelo corpo.
Ela estava caída próxima a um carro no quintal da casa, que estava sozinha no momento em que o corpo foi localizado. Uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) esteve no endereço e confirmou a morte.
A Polícia Científica informou ao ND+ – na época que o corpo foi encontrado -, que Izabel tinha diversos hematomas pelo corpo. Ela usava roupa de festa, com uma blusa rosa, saia e um par de tênis branco. Ela foi reconhecida por familiares.
“Imagens de câmeras de segurança mostraram um carro Golf prata chegando no endereço por volta das 2h da madrugada daquele dia. Três homens tiraram Izabel do carro desacordada e a levaram para dentro da casa”, detalhou o delegado.
“Bombeiros e Samu foram acionados, mas um homem, se identificando como primo dela, disse que a levaria para casa. Dois homens e uma mulher, que ajudaram a retirá-la para fora da casa de shows, teriam insistido em levá-la para atendimento médico, mas o primo teria dito que não era preciso e que a levaria para casa e em 1 hora ela estaria bem, uma vez que era recorrente acontecerem episódios como aquele”, revelou o delegado.
As três pessoas que ajudaram e o suposto primo levaram a cabeleira até o carro Golf e a conduziram até a casa dele, onde ela foi encontrada morta no dia seguinte. “Lá, ela foi carregada desacordada, mas respirando, até o quarto desse primo e no dia seguinte foi encontrada morta, por volta das 14h, no quintal da casa, por pessoas que passavam na rua e acionaram a polícia”.O homem, de 32 anos, foi interrogado no dia seguinte a morte da cabeleireira, mas optou por permanecer calado. Um dia depois ele fugiu e segue foragido.
“Descartamos qualquer indício de morte violenta. Portanto, o homem que se apresentou como primo de Izabel foi indiciado por falsidade ideológica e omissão de socorro, uma vez que ele não propiciou ajuda necessária para ela. Além disso, a pena é triplicada devido ao resultado de morte”, pontuou o delegado.
Papini destaca que a cabeleireira teria chegado desacordada, mas viva até a casa do homem e morreu enquanto estava na residência. “Ela supostamente acordou e tentou sair sozinha da casa, mas acabou morrendo enquanto ainda estava no local”.
Irmã de vereador e cabeleireira
Nascida em Chapecó, Izabel se descrevia nas redes sociais como solteira e dona de um salão de beleza, onde era conhecida como “Iza Cabeleireira”. Em sua última publicação na internet, publicou a frase:“Cheguei numa fase da minha vida que sempre quis, não espero mais nada de ninguém, nem busco agradar a todos. Faço o que acho certo para mim, porque quando a gente precisa o único que fica ao nosso lado é Deus”.
Izabel era irmã do suplente de vereador, Volnei Bukoski (PSB), de 46 anos, que assumiu a vaga da vereadora licenciada, Marcilei Vignatti (PSB), por 30 dias, no dia em que a irmã foi encontrada morta. Ele ficou sabendo da morte da irmã durante a sessão ordinária.