Com uma safra recorde, o valor bruto da produção agrícola obteve um faturamento de R$ 1,13 trilhão. Resultado representa um aumento de 1,9% na comparação com 2022.
As lavouras registraram um aumento de 4% no período. Segundo o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) dois fatores impulsionaram o faturamento, o crescimento de 11,8% na produtividade e a expansão de 5% da área agrícola, que passou de 74,6 milhões de hectares para 78,2 milhões de hectares em um ano. Os alimentos que tiveram os melhores desempenhos foram mandioca, laranja, banana, tomate, cacau, cana-de-açúcar, amendoim, feijão, arroz, uva, soja e milho.
Em entrevista à Jovem Pan News, o coordenador-geral de políticas públicas do Ministério da Agricultura, José Gasques, conta os fatores que favoreceram estes resultados: “São produtos que estão tendo preços bastante satisfatórios e também as quantidades produzidas são boas”.
Soja, milho, cana-de-açúcar, café e algodão estão entre os produtos brasileiros com o maior valor bruto de produção. Gasques aponta ainda que o levantamento da Conab também traz uma perspectiva territorial: “Quanto à regiões, nós destacamos a liderança da Região Centro-Oeste, seguida pelo Sul, Sudeste, Nordeste e Norte.
A pecuária, no entanto, não obteve os mesmos resultados positivos da agricultura. Com recuo de 2,9%, os pecuaristas sentiram impactos no bolso nos últimos meses. Em julho, o Brasil exportou 160 mil toneladas de carne, menor valor desde 2019. O professor emérito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues, explica quais os elementos que levaram a este índice.
Por outro lado, como os grãos caíram muito de preço, a ração ficou mais barata. Então frangos e suínos tiveram preço menor e o consumo cresceu muito em outras carnes que não a bovina”, afirma.
O agronegócio representa quase 20% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e tem enfrentado desafios para se manter relevante.