Na manhã desta quinta-feira (24), horas após a localização da menina de 11 anos, sequestrada na quarta (23), a Polícia Civil de Santa Catarina realizou coletiva de imprensa para dar detalhes sobre a investigação e o crime.
“Ela não foi levada para um lugar específico, ela foi mantida refém por mais de 24 horas no porta mala do carro, amordaçada, sem se alimentar. A menina desceu em duas oportunidades para fazer suas necessidades”, expôs o delegado Anselmo Cruz, responsável pela investigação.
Três veículos foram utilizados pelos criminosos. Segundo a Polícia Civil, os carros foram roubados há dois meses em Criciúma e Içara, no Sul catarinense, e serviram para deixar a refém em movimento. “Os autores desse crime não são aventureiros. Os carros foram preparados para isso, houve um planejamento. É uma equipe organizada e eles tem o plano traçado. Qualquer coisa que é pensada dificuldade o trabalho de quem está investigando”, disse o delegado Yuri Miqueluzzi, que ficou durante às 24 horas de sequestro na companhia dos pais da vítima.
O sequestro
Na madrugada de quarta-feira (23), a menina e o pai foram surpreendidos pelos criminosos ao chegarem em casa após um jogo do Criciúma, pela Série B. “Houve a ação montada para que a menina fosse sequestrada. Os autores previamente trancaram o portão com uma corrente para que quando o pai dela chegasse não conseguisse entrar”, disse o delegado. Segundo a Polícia, não houve agressão física direta mas o pai da menina reagiu à ação criminosa e foi imobilizado. A ação criminosa durou cerca de 30 segundos.
As exigências
“Durante o dia surgiram diversas motivações, muitas ainda não confirmadas, envolvendo empresas da família. O que tem se configurado mais forte é que os criminosos tentaram conseguir dinheiro”, disse o delegado.
Na tarde de quarta, um advogado criminalista se apresentou informando que poderia colaborar com a libertação da menina. Horas depois ela foi deixada em uma rodovia com as mãos e pés amarrados e com os olhos vendados. “Felizmente houve um bom desfecho. Ela não sofreu agressão física e foram utilizadas fitas lacres nos pés e nas mãos. Ela sofreu ameaça de morte mas tenho que destacar aqui, que ela apresentou uma firmeza e serenidade impressionantes. O pai tinha dito que ela tinha uma grande maturidade e ela mostrou isso”, destacou o delegado Anselmo.
Prisão
Ao final da coletiva, os presentes saudaram o trabalho dos profissionais de segurança pública que atuaram no caso com uma salva de palmas.
Entenda o caso
Segundo relatos à equipe do SCC SBT, o pai, que é pastor e empresário, chegou em casa com a filha e um amigo da menina após assistirem ao jogo do Criciúma pela série B. O menino foi embora com a mãe e então o pai da vítima tentou abrir o portão e não conseguiu devido à uma corrente e um cadeado colocados pelos criminosos no portão da residência.
De acordo com a polícia, o bando fugiu em direção ao bairro Próspera. Um carro foi encontrado ainda na madrugada incendiado no bairro Linha Batista. Dentro do veículo estava a jaqueta, o celular da menina e roupas dos suspeitos.
Já na madrugada de quinta-feira, a menina foi devolvida à família em um posto da PRF. Ela já está em casa, a salvo.
O reencontro foi marcado por comoção após ela ser localizada pela polícia, por intermédio de um advogado. Imagens divulgadas pela Polícia Civil mostram a menina sendo recebida por familiares e amigos e em seguida sendo abraçada pelos pais.