O principal vilão da inflação em agosto, até agora, é a energia elétrica. Ela puxou os preços do grupo Habitação (1,08%). A contribuição foi de 0,16 pontos percentuais no total.
Em média, a tarifa de energia elétrica residencial está 4,59% mais cara no país. As capitais que mais colaboraram para a escalada dos preços da luz foram: Curitiba, onde o reajuste de 10,66% teve vigência a partir de junho; em Porto Alegre, com alta de 2,92%; e, em São Paulo, onde a conta de energia está, em média, 4,21% mais cara.
O segundo grupo de produtos e serviços que mais afetou os preços em agosto foi saúde e cuidados pessoais. Os itens para tratamento de pele ficaram 8,57% mais pesados no bolso do brasileiro, seguido por perfumes (2,94%).
A alta dos cursos diversos (0,06%) foi influenciada pelos cursos preparatórios (1,22%) e cursos de idiomas (0,14%).
Por sua vez, Transportes (0,23) teve aceleração moderada. O conjunto deve apresentar alta forte nos próximos meses, já que a Petrobras elevou os preços cobrados dos combustíveis enviados às refinarias no último dia 16.
Porém, como o IPCA-15 de agosto foi medido entre os dias 16 de julho e 15 de agosto, a expansão nos postos de gasolina ainda não foi apurada pela estatística.
Com o resultado, o IPCA-15 agora acumula alta de 4,24% nos últimos 12 meses. Esse patamar coloca está acima do centro da meta preestabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de 3,25%. Há margem de tolerância de 1,5 ponto (de 1,75% para 4,75%).
Com as recentes desacelerações mensais da inflação, desde fevereiro, o Banco Central cortou em 0.5 p.p a taxa básica de juros da economia brasileira. A Selic foi reduzida para 13,25% ao ano.
Ou seja, com os preços voltando a subir nos próximos meses, principalmente por causa dos combustíveis, esse processo de corte nos juros deve ser impactado.