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A recusa do primeiro da fila para um transplante de coração, em São Paulo, reduziu a espera de Fausto Silva, de 73 anos, que realizou uma cirurgia para receber o órgão neste domingo (27). Faustão era o segundo da lista.
A esposa do apresentador, Luciana Cardoso, confirmou que ele entrou na lista no último dia 8 de agosto. A agilidade no processo levantou especulações.
No entanto, segundo informações da Central de Transplantes do Estado de São Paulo, a equipe médica do primeiro paciente da lista de espera recusou o órgão.
A Central não informou o motivo da recusa, mas existem algumas possibilidades que podem estar relacionadas a incompatibilidades entre receptor e doador.
De acordo com a cardiologista Carolina Casadei dos Santos, integrante da Sociedade Brasileira de Cardiologia, questões como logística de transporte do órgão, indisponibilidade do paciente para a cirurgia imediata e até a incompatibilidade anatômica entre o doador e o receptor podem ter afetado.
“A recusa pode ser por questões logísticas, do tempo que levaria para o coração chegar dependendo de onde estivesse esse outro receptor, pela questão do peso do paciente, que pode servir para um, e não para o outro”, explica a médica.
Ainda, conforme as normas de compatibilidade para transplante de coração, o receptor só pode receber o órgão de um doador com peso que varie até 20% para mais ou para menos em relação ao de quem aguarda o transplante.
Um paciente de 80 quilos, por exemplo, só pode receber um órgão de um doador que pese entre 64 e 96 quilos.
Entenda como funciona a espera por um coração no Brasil
Após a repercussão do caso quando inúmeras hipóteses foram levantadas, principalmente de que o apresentador poderia ter furado a lista de espera por um coração, o Ministério da Saúde mobilizou campanhas de informação sobre o transplante de órgãos no Brasil.
No Brasil, é o Sistema Nacional de Transplantes que regulamenta, controla e monitora o processo de doação e transplantes realizados em todo o país.Segundo o ministério, existem critérios que ordenam as prioridades para recebimento dos órgãos, são eles: ordem cronológica (quando o paciente entrou na lista), gravidade (se há risco de morte), compatibilidade (tipo sanguíneo, peso e altura), localização (doador e receptor precisam estar em, no máximo, 4h de distância).
No caso de Faustão, ele estava na UTI desde o começo do mês e passava por diálise. Com diagnóstico de insuficiência cardíaca, o coração já havia perdido a capacidade de bombear sangue adequadamente para outras partes do corpo.
Ainda, neste ano, 261 transplantes do órgão já foram realizados. De acordo com o Ministério da Saúde, na maioria dos casos, as pessoas conseguem realizar o procedimento em até três meses, tempo que nem sempre pode ser suficiente, dependendo da gravidade do caso.