O novo marco fiscal determina equilíbrio para o resultado primário, com uma banda que vai de déficit de 0,25% a superávit de 0,25% do PIB, em 2024. A proposta orçamentária (PLOA) enviada ao Congresso Nacional, na quinta-feira passada (31), prevê um saldo pouco acima de R$ 2 bilhões para o próximo ano.
Um auxiliar do ministro Fernando Haddad, no entanto, prefere nem tratar a alienação de recebíveis da PPSA como “plano B” ou “último recurso” para atingir o déficit zero.
“Eu não diria plano B ou última instância. Não é nem isso. Independentemente de atingir ou não o [resultado] primário, pretendemos tocar essa frente de antecipação de recebíveis porque ela ajuda a controlar a trajetória da dívida”, afirma reservadamente uma fonte da equipe econômica.
No regime de partilha, além de um bônus pago no ato de assinatura do contrato e de royalties recolhidos ao longo de toda a exploração de petróleo, a União fica com uma parcela dos barris produzidos no pré-sal.
É o que se chama de lucro-óleo — um percentual definido durante o leilão das áreas oferecidas pelo governo. Os leilões do pré-sal, realizados desde 2013, têm lucro-óleo que varia de 10% a 80% do total produzido nos blocos licitados.
Os ministérios da Fazenda e de Minas e Energia calcularam a possibilidade de levantar R$ 398 bilhões com a operação. Naquele momento, contudo, o barril de petróleo estava com preços acima de US$ 110 no mercado internacional.
A ideia é que, ao receber imediatamente essas receitas futuras, a União deixa de assumir dois riscos associados à exploração de petróleo: uma queda nas cotações internacionais da commodity ao longo dos anos e imprevistos nas atividades de produção.
Em mensagem ao Congresso, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o “novo direcionamento da política energética conflita com os principais objetivos” do projeto.