Com um caso de uma nova variante do vírus confirmado na última semana, Santa Catarina tem apenas 13% de cobertura vacinal da dose de reforço contra a Covid-19. Segundo dados do Ministério da Saúde, 681,4 mil pessoas haviam tomado a dose bivalente para reforçar o esquema de vacinação, em um universo de 5 milhões de catarinenses que estariam aptos a tomar a nova dose, por terem completado o esquema primário de duas doses há pelo menos quatro meses. Os números são atualizados até o último dia 6.
De acordo com especialista ouvida pela reportagem, a baixa cobertura vacinal no Estado, principalmente no caso das doses de reforço, pode ter impacto no contágio da variante EG.5 da Covid-19, popularmente conhecida como Éris.
A médica infectologista Sabrina Sabino explica que a baixa cobertura vacinal contribui de forma significativa para o aumento de casos em Santa Catarina.
Segundo ela, a vacina bivalente tem na sua composição a cepa original e novas subvariantes.
— Quando nós temos a vacinação em dia, quando nós vamos fazer as nossas doses de reforço, nós vamos fortalecer nosso sistema imunológico contra a cepa da Covid-19. Então, lógico que, sem sombra de dúvidas, a vacinação é o que vai fazer de fato diminuir cada vez mais o nosso número de casos — aponta.
Vacinação no Estado
Segunda dose: 5.779.545
Aumento de casos
De acordo com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), a positividade dos testes de covid-19 passou de 6,3%, na semana de 27 de julho a 4 de agosto, para 13,8%, na semana de 12 a 18 de agosto. A entidade utiliza dados de empresas privadas que representam 65% do volume de exames realizados pela saúde suplementar no país. As informações são da Agência Brasil.
Segundo o Instituto Todos Pela Saúde, que usa dados dos laboratórios Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Hilab, HLAGyn e Sabin, a taxa de resultados positivos para SARS-CoV-2 (Covid-19) dobrou em um mês, passando de 7% para 15,3% entre as semanas encerradas em 22 de julho e 19 de agosto. Os percentuais mais elevados foram observados nas faixas etárias de 49 a 59 anos (21,4%) e acima de 80 anos (20,9%).
— Quando a gente olha, por exemplo, para dados de países que estão ainda mantendo volumes maiores de sequenciamento [genômico das variantes] como os Estados Unidos, por exemplo, a gente observa que a variante EG.5 tem aumentado de frequência de semana após semana — destaca Brito.
A vacinação contra a Covid-19 continua sendo a melhor forma de prevenir casos graves, hospitalizações e mortes pela doença, reforça o Governo. Além do esquema primário (primeira e segunda doses), é importante que toda a população atualize a situação vacinal com as doses de reforço.
— A vacina da Covid-19 protege, principalmente, contra os casos graves da doença. Obviamente, a Covid vai continuar circulando, ela é uma doença que não terminou, porque nós temos e vamos continuar tendo os casos leves, porque nós vamos fazer testes, a gente notifica, e vai ser um vírus que vai circular. No entanto, a vacina vai prevenir que os pacientes necessitem de UTI, ventilação mecânica ou hospitalização. Então é importante as pessoas entenderem que mesmo que tomaram a vacina, elas podem sim ter Covid, no entanto, vai ser um quadro muito mais leve — diz a médica infectologista Sabrina Sabino.
Grupo prioritários
Também podem tomar a dose de reforço com a bivalente, pessoas a partir dos 12 anos dos seguintes grupos prioritários:
-pessoas com comorbidades;
-população das comunidades indígenas e quilombolas;
-trabalhadores da saúde
-população privada de liberdade, adolescentes cumprindo medida socioeducativa e funcionários do sistema de privação de liberdade