A pesquisa, assinada pela doutora em Economia e pesquisadora Janaína Feijó, utiliza microdados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes ao 2º trimestre de 2023 e levou em consideração trabalhadores do setor privado e com Ensino Superior.
Apenas quatro tipos de profissões apresentaram rendimentos maiores do que R$ 10 mil no período, ainda que tenham sofrido redução na ganho médio real na última década: médicos especialistas (R$ 18.475); matemáticos, atuários e estatísticos (R$ 16.568); médicos generalistas (R$ 11.022) e geólogos e geofísicos (R$ 10.011).
O levantamento destaca, ainda, que algumas ocupações ligadas às ciências da tecnologia registraram aumento na valorização salarial na última década. Desenvolvedores de páginas de internet e multimídia ganham 91% a mais do que em 2012, desenvolvedores de programas e aplicativos, 39%, e desenhistas e administradores de bases de dados, 30%.
Confira a lista das profissões mais bem pagas no Brasil em 2023 e seus salários médios:
Mais estudo, menos desemprego
— Pessoas que têm superior completo ganham, em média, quatro vezes mais do quem tem menos de um ano de estudo; 2,5 vezes mais do os que tem médio incompleto e duas vezes mais do que quem tem superior incompleto — diz o estudo.
Segundo a pesquisadora, há uma relação inversa entre desemprego e nível de instrução, ou seja, quanto maior o grau de escolaridade de uma pessoa, menor as chances de permanecer desempregada.
— Apenas 3,8% das pessoas que têm Ensino Superior completo estão desempregadas. Já entre os que têm médio completo ou não finalizaram o médio essa taxa é de 9,2% e 13,6% — relata a pesquisa.
Menos de 1 ano de estudo: R$ 1.396
Fundamental incompleto: R$ 1.652
Fundamental completo: R$ 1.867
Médio incompleto: R$ 1.716
Médio completo: R$ 2.172
Superior incompleto: R$ 2.793
Superior completo: R$ 5.891
Embora ter formação em Ensino Superior tenha mais probabilidade de proporcionar maiores ganhos salariais no país, apenas 23% da população ocupada no Brasil têm esse nível de instrução. Há dez anos, no entanto, esse percentual era menor, em torno de 14%.
Dos 98,8 milhões de trabalhadores em uma das 126 profissões listadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad Contínua), cerca de 76 milhões (77%) não têm diploma.
Pessoas com Ensino Médio ou Ensino Superior incompleto representam 43% e trabalhadores com Ensino Médio incompleto ou menos somam 34%.
A outra ponta
Professores do ensino pré-escolar (R$ 2.285)
Outros profissionais de Ensino (R$ 2.554)
Outros professores de Artes (R$ 2.629)
Físicos e astrônomos (R$ 3 mil)
Assistentes sociais (R$ 3.078)
Bibliotecários, documentaristas e afins (R$ 3.135)
Educadores para necessidades especiais (R$ 3.379)
Profissionais de Relações Públicas (R$ 3.426)
Fonoaudiólogos e logopedistas (R$ 3.485)
Professores do Ensino Fundamental (R$ 3.578)