Os acusados de integrar uma organização criminosa responsável por furtar carros de luxo foram condenados a penas que somam mais de 760 anos de prisão. O juízo da 2ª Vara Criminal da comarca de Blumenau concluiu o julgamento na última sexta-feira (27).
Os réus foram investigados pela Operação 60 Segundos, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas).
A ação teve como objetivo desarticular uma organização criminosa que praticava furtos de automóveis de luxo e crimes como receptação e adulteração de sinal identificador de veículo automotor, em diversas cidades de Santa Catarina.
O nome da operação é uma alusão ao apelido de um dos investigados da quadrilha, conhecido como “60 segundos”, pois o mesmo conseguia furtar um automóvel nesse tempo, inspirado em um lendário ladrão de carros da Califórnia interpretado pelo ator Nicolas Cage.
24 réus foram condenados
Ao todo, 24 pessoas foram condenadas pela prática de crimes de organização criminosa (duas organizações), 38 furtos qualificados, 27 adulterações de sinais identificadores de veículos e quatro receptações qualificadas.Somadas, as penas ultrapassam 760 anos de prisão. Conforme a sentença, as penas foram altas devido aos crimes serem habituais. Sete réus estão presos, um foragido e os demais respondem ao processo em liberdade.
As investigações iniciaram após repetidos registros de furtos de caminhonetes de duas marcas específicas em 2020 e início de 2021, sendo possível constatar que um grupo criminoso praticava os furtos, trocava as placas dos veículos e os deixava em vias públicas para confirmar se havia ou não localizador.
No decorrer dos dias, ao confirmar que não havia rastreadores, os veículos eram levados até os destinatários finais.
Segunda organização estava envolvida nos crimesOs agentes suspeitaram da existência e do envolvimento nos crimes de uma segunda organização criminosa, localizada na Grande Florianópolis, especialista em receptar partes de veículos.
Eles desmontavam e vendiam as peças, ou ainda as utilizavam para reabilitar outros veículos que haviam sofrido perda total e foram adquiridos em leilões.
O Gaeco pediu a prisão de alguns investigados e a expedição de mandados de busca, que foram deferidos em junho de 2022.
Ao todo, 28 réus foram denunciados pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) pela prática de crimes de organização criminosa, furtos, adulterações de sinais identificadores de veículos automotores e receptações, quatro deles foram absolvidos das acusações.
As penas impostas aos réus condenados variaram entre quatro anos e um mês de reclusão, em regime inicialmente fechado. A decisão é passível de recursos.