O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta segunda-feira (6) a redução da taxa de juros. O economista alega que ainda há "muita gordura monetária para queimar", segundo informações do site R7. Pelas previsões do ministro, o país fechará o ano com um crescimento de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), mas "nem 1%" em arrecadação devido a 'meteoros' do passado que dificultam a receita do governo federal.
Na justificativa do que chamou de "erosão" na arrecadação, Haddad voltou a citar decisões do Judiciário tomadas em 2017 e que foram identificadas pela equipe econômica como relevantes nesse contexto. A principal foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em retirar o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo de PIS e Cofins. A outra é o abatimento sobre a base de cálculo da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ).
O ministro ressaltou a importância de "corrigir distorções" a partir do novo marco fiscal e chamou atenção para a necessidade de criar novas despesas apenas com fonte de financiamento garantido. Ele citou incrementos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e a garantia do Piso da Enfermagem como medidas meritórias, mas que não possuem fonte orçamentária suficiente.
Juros e Banco Central
Sobre o papel do Banco Central, Haddad destacou que a Fazenda vai "continuar trabalhando em parceria para continuar no ciclo de cortes". Durante a participação no evento, o ministro citou as recentes indicações do governo Luiz Inácio Lula da Silva para a instituição monetária e destacou a importância da articulação entre os diretores e a Esplanada.