“É o segundo mês seguido de alta das passagens aéreas. Essa alta pode estar relacionada a alguns fatores como o aumento no preço de querosene de aviação e a proximidade das férias de fim de ano”, explica André Almeida, gerente responsável pela pesquisa.
Para os analistas do mercado financeiro, a inflação deve arrefecer e chegar ao final deste ano em 4,63%, patamar dentro do intervalo perseguido (de 1,75% para 4,75%) pela primeira vez desde 2020. O BC (Banco Central) calcula que a probabilidade de a alta furar novamente o teto da meta do CMN (Conselho Monetário Nacional) é de 67%.
Além do aumento das passagens aéreas, o grupo de transporte teve como destaque as altas do táxi (+1,42%) e do óleo diesel (+0,33%), único item dos combustíveis que registrou inflação. No período, os preços da gasolina (-1,53%), do gás veicular (-1,23%) e do etanol (-0,96%) caíram.
“A gasolina é o subitem de maior peso entre os 377 da cesta do IPCA. Essa queda em outubro foi o maior impacto negativo no índice e contribuiu para segurar o resultado do grupo de transportes”, afirma Almeida.
Os preços dos alimentos e bebidas, que vinham de quatro deflações consecutivas, voltou a subir, com variação da alimentação no domicílio (+0,27%). A alta foi impulsionada pelo aumento nos preços da batata-inglesa (+11,23%), da cebola (+8,46%), das frutas (+3,06%), do arroz (+2,99%) e das carnes (+0,53%).
Almeida destaca ainda que o arroz acumula alta de 13,58% no acumulado deste ano. "Esse resultado é influenciado pela menor oferta, já que ele está no período de entressafra e houve maior demanda de exportação. No caso da batata e da cebola, a menor oferta é resultado do aumento de chuvas nas regiões produtoras, que prejudicou a colheita", explica ele.
Por outro lado, os preços das carnes vinham em queda desde janeiro, e a deflação acumulada no período é de 11,08%. Outros itens básicos na mesa do brasileiro tiveram queda em outubro, como o leite longa vida (-5,48%) e o ovo de galinha (-2,85%).