Problemas climáticos, como excesso de chuvas e a onda de calor que afetou o País, prejudicaram a colheita nas lavouras, elevando os preços de alguns itens alimentícios em novembro. O avanço no custo da alimentação respondeu por quase metade da inflação de 0,28% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, uma contribuição de 0,13 ponto porcentual.
Segundo André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, os problemas climáticos afetaram os produtos mais sensíveis ao clima, por isso os preços subiram em novembro. No caso das carnes, a pressão no preço ocorre um período prolongado de quedas, além de responder também a um ciclo natural de produção da pecuária.
"A gente observou quedas consecutivas no preço da carne desde o final do ano passado, influenciadas, principalmente, por uma maior disponibilidade de carne no mercado. Então, com aquelas altas no preço da carne em 2022, os produtores passaram a ampliar o número de abates, o que fez com que a gente tivesse agora um menor número de matrizes", explicou Almeida. "A partir do momento que teve mais abates, aumentou a disponibilidade, fez com que os preços caíssem. Agora a gente tem menos matrizes, menos nascimentos de bezerros, o que acaba resultando numa restrição da oferta."
A alimentação fora do domicílio aumentou 0,32% em novembro. A refeição fora de casa subiu 0,34%, e o lanche aumentou 0,20%.
Apesar da alta em novembro, o grupo Alimentação e bebidas tem contribuído para reduzir o resultado do IPCA, afirmou o pesquisador do IBGE. O grupo acumula um avanço de apenas 0,57% em 12 meses. No ano, de janeiro a novembro de 2023, o grupo Alimentação e bebidas recua 0,08%.
A alimentação no domicílio acumula redução de 1,83% no ano até novembro. Os preços das carnes acumulam queda de 9,87% de janeiro a novembro de 2023.