Dado assustador - 20/12/2023 10:10 (atualizado em 20/12/2023 16:05)

Brasil tem 1,9 milhão de crianças e adolescentes em ‘empregos’ perigosos

Brasil tem índices alarmantes de trabalhos prejudiciais à saúde sendo desempenhados por crianças e adolescentes
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Reprodução / Internet

O Brasil tem 1,9 milhão de crianças e adolescentes em “empregos” de risco. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (20) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o Instituto, dos 38,4 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos que vivem no Brasil, aproximadamente 1,88 milhão estavam envolvidos em trabalho infantil.

Essa avaliação segue os critérios da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que define trabalho infantil como qualquer ocupação perigosa ou prejudicial à saúde e ao desenvolvimento físico, mental, social ou moral das crianças. Além disso, inclui atividades que interferem na frequência escolar.

As estimativas indicam uma inversão da tendência de queda da população em situação de trabalho infantil observada entre 2016 e 2019, quando a proporção de crianças e adolescentes nos trabalhos perigosos caiu de 5,2% para 4,5%.

Em 2022, no entanto, o percentual subiu 0,4 ponto percentual, para 4,9%.

A situação revelada pela Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) é ainda agravada quando analisadas as condições de atuação, sendo que 756 mil das crianças e adolescentes estavam enquadradas em uma situação de TIP (Trabalho Infantil Perigoso).

Ao todo, 2,1 milhões de crianças e adolescentes realizavam atividades econômicas (1,6 milhão) ou produção para o próprio consumo (467 mil). O número representa 5,5% do total de 38,4 milhões de crianças e adolescentes do Brasil.

Segundo o IBGE, a distribuição daqueles com idade entre 5 e 17 anos em atividades econômicas ou produção para consumo próprio mostrava que 22,2% tinham de 5 a 13 anos; 29,1%, 14 e 15 anos; e a maioria (49,6%), 16 e 17 anos.

Em 2016, os valores eram de 19,6%, 32,9% e 48,1%, respectivamente.

Idade das crianças

O estudo do IBGE evidencia ainda que a incidência do trabalho infantil aumenta com o avanço da idade. Para as crianças de 5 a 13 anos, estima-se que 1,7% se encontrava na situação em 2022. O percentual se expande para 7,3% no grupo formado por aqueles que têm 14 e 15 anos e mais que dobra entre adolescentes de 16 e 17 anos (16,3%).

Na comparação com o ano de 2016, o percentual de crianças de 5 a 13 anos em situação de trabalho infantil não apresentou variação significativa (de 1,5% para 1,7%). No entanto, na faixa representada pelos adolescentes com 16 e 17 anos foi observada uma variação de 1,4 ponto percentual na passagem de 2019 para 2022 (de 14,9% para 16,3%).

No grupo etário de 5 a 13 anos, mais de 80% das pessoas trabalhavam até 14 horas semanais, enquanto na faixa que compreendia pessoas de 14 e 15 anos cerca de 39,4% atuavam por até 14 horas. Por fim, 32,4% daqueles com 16 e 17 anos tinham jornadas de 40 ou mais horas por semana.

De 2016 para 2022, houve queda dos percentuais de pessoas que realizavam ocupações de TIP em todos os grupos de idades, com destaque para o de 14 e 15 anos, cuja queda foi de 8,1 pontos percentuais. Entretanto, na comparação com 2019, na faixa de 5 a 13 anos foi observada expansão, de 64,8% para 69,4%.

Salários e jornadas

Em 2022, o rendimento médio real das pessoas de 5 a 17 anos que realizavam atividades econômicas em situação de trabalho infantil foi estimado em R$ 716. Para esse mesmogrupo de pessoas que não estavam em trabalho infantil, o valor subia para R$ 906.

Considerando aqueles em situação de trabalho infantil, os homens apresentaram rendimento de R$ 757, enquanto as mulheres recebiam 84,4% desse valor (R$ 639). Em relação à cor ou à raça, o valor médio da população de cor preta ou parda era de R$ 660, aumentando para R$ 817 para a de cor branca.

Entre as crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, quatro em cada dez (40,6%) realizavam jornadas de até 14 horas semanais. A menor proporção, de 14%, envolvia atividades com variação de 25 a 39 horas por semana.

SC também tem dado assustador

Em junho deste ano a mesma pesquisa do IBGE revelou que quase de 6 mil crianças e adolescentes de até 13 anos trabalham em Santa Catarina, prática que é ilegal. Os dados são da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2019, elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Conforme a pesquisa, divulgada no Balanço Geral desta segunda-feira (12), Dia Mundial e Nacional contra o Trabalho Infantil, esses menores dedicaram em média 25 horas semanais no trabalho em áreas rurais, domésticas e até carvoarias ou frigoríficos.

Conforme a PNAD, ao todo, 55,7 mil meninos e meninas de 5 a 17 anos estão trabalharam no Estado em 2019. Por lei, até os 13 anos, o trabalho infantil é proibido. Após os 14 anos, é possível que o adolescente trabalhe formalmente como menor aprendiz.

Fonte: ND+
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