O crescimento considerável da população de Santa Catarina nos últimos 12 anos - com alta de 21,8% entre as edições de 2010 e 2022 do Censo - também evidenciou que a elevação está relacionada a maior participação da população preta e parda do estado, que agora é de 23,29%. A grande parte dos catarinenses se autodeclarado branco, com 76,28% dos habitantes. Ou seja, 3 de cada 4 catarinenses se autodeclaram brancos.
Novo estudo divulgado nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) detalha que houve alta de 88,6% entre pardos e 68,6% dos pretos residentes em Santa Catarina.
Os dados revelam que são 813.481 habitantes a mais dessas duas populações, um crescimento total de 84,78%.
Santa Catarina é o segundo estado do país com maior percentual de população branca, atrás apenas do Rio Grande do Sul (78,42%). O motivo é a colonização e ocupação do território, de origem europeia, principalmente de alemães, italianos, poloneses e portugueses.
Sobre as demais cores ou raças, Santa Catarina é o último do Brasil em população preta, com apenas 4,07% do total de habitantes, e o penúltimo em pardos, com 19,22%.
Economia e qualidade de vida
A elevação da população preta e parda está ligada ao crescimento populacional nos últimos 12 anos, onde Santa Catarina atraiu migrantes de outras regiões do país, principalmente Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde o percentual de residentes pretos e pardos juntos supera os 50%.A atratividade para o estado reúne muitos fatores, sendo os principais os altos índices de qualidade de vida, oferta de empregos e desenvolvimento humano.
Maiores concentrações
Dos 295 municípios de Santa Catarina, 293 tem como maioria a população autodeclarada branca, sendo o maior número proporcional de residentes em Angelina, na Grande Florianópolis, com 96% de pessoas brancas.Apenas dois deles, ambos na Região Oeste, tem outras cores ou raças como maioria dos moradores. São eles: Ipuaçu (54,6% de população indígena) e Calmon (50,5% de população parda).
Capivari de Baixo, no Sul, tem o maior percentual de população preta, com 10,8%. A cidade abriga o Quilombo Ilhotinha, reconhecido em 2014 e um dos maiores do estado.
Frei Rogério, no Oeste, tem 1,9% de moradores autodeclarados amarelos. O município tem uma das maiores colônias japonesas de Santa Catarina.
Números absolutos
Em total absoluto de população, as cidades mais populosas de Santa Catarina - Joinville e a capital Florianópolis - concentram mais habitantes brancos, pretos, amarelos e pardos.- Joinville tem a maior população de brancos e pardos, com 468.401 e 120.284 habitantes, respectivamente, o equivalente a 76% e 19,5%.
- Florianópolis tem a maior população de pretos e amarelos, com 35.813 e 2.398 habitantes, respectivamente, o equivalente a 6,7% e 0,4%.
A exceção são os indígenas, onde a pequena Ipuaçu, de 7,2 mil habitantes, tem o maior número absoluto: 4.217 indivíduos. A cidade abriga a maior terra indígena do Sul do país - a Xapecozinho.
Quem define a cor ou raça de cada um
A definição da cor ou raça no Censo é feita por autodeclaração. Ou seja, o morador entrevistado identifica a si mesmo de acordo com uma de cinco alternativas: branca; preta; amarela; parda ou indígena (havia a opção de não declarar a raça, mas só 0,005% dos entrevistados decidiram assim).Segundo o IBGE, embora o quesito cor seja pesquisado no Brasil desde o primeiro Censo de 1872, ele passou a ser denominado “cor ou raça” apenas partir de 1991. Por isso, a série histórica divulgada pelo IBGE começa ali.
O IBGE destaca que a raça é um conceito mais amplo do que apenas a cor da pele e outras características físicas, envolvendo também outros critérios de pertencimento identitário como origem familiar e etnia.