O Japão tenta chegar à Lua nesta sexta-feira (19). E, se tudo der certo com o SLIM (módulo de pouso inteligente para investigar a Lua, na sigla em inglês), a missão será histórica.
Segundo a Jaxa, a Agência Espacial Japonesa, a alunissagem (termo para um pouso lunar) está programada para acontecer às 12h20 no horário de Brasília.
Se der certo, esse vai ser outro marco importante para o país. Pois pousar no solo lunar é uma tarefa muito díficil, ainda mais com tanta precisão como almeja o Japão.
A título de comparação, pousos mais convencionais têm uma precisão de poucos a dezenas de quilômetros, algo que limita a exploração em locais específicos, com bastantes rochas, por exemplo.
O sucesso dessa missão assinalaria a transição de uma era de "aterrissar onde pudermos" para uma era de "aterrissar onde quisermos" em futuras missões lunares, disse a Jaxa em um comunicado.
O SLIM tem cerca de 1,7 metro de comprimento, 2,7 metros de largura e 2,4 metros de altura. Ou seja, é bem compacto. Por isso, a brincadeira com o seu nome em inglês (um acrônimo que quer dizer magro).
Ao meio-dia no horário de Brasília, o módulo começará sua trajetória de decidia acionando seus "olhos inteligentes", um sistema que utiliza algoritmos, imagens e mapas pré-carregados na sonda para determinar exatamente onde ela está acima da superfície lunar.
“Erros acontecem, mas o Japão é uma potência espacial muito experiente – conduziu operações espaciais muito complicadas durante muitos anos”, disse à Reuters Bleddyn Bowen, professor associado da Universidade de Leicester especializado em política espacial.
Estes dispositivos serão responsáveis por capturar imagens do módulo, proporcionando uma nova perspectiva da superfície lunar.
Essa não será a primeira vez que o Japão tenta chegar à Lua. No começo do ano passado, uma sonda da empresa japonesa ispace tentou fazer uma alunissagem, mas perdeu a comunicação minutos antes de completar o feito.
Caso o pouso tivesse dado certo, a ispace se tornaria a primeira companhia privada a pousar uma sonda na Lua, o que não ocorreu.
E toda essa corrida tem uma explicação: facilitar o acesso aos recursos naturais e científicos que estão orbitando a 384.400 km de distância da Terra.
E a Nasa já confirmou que há água nesse estado nas partes iluminadas e sombreadas da lua, mas sua origem ainda é algo que intriga os cientistas. Impactos de cometas antigos e atuais, micrometeoritos gelados e interações com o vento solar são algumas das hipóteses levantadas.
Também o gelo poderia ser decomposto para produzir hidrogênio como combustível e oxigênio para respirar, apoiando missões a Marte ou mineração lunar.
Um exemplo disso são as missões Artemis, dos Estados Unidos, que visam principalmente explorar o nosso satélite natural. Mas os objetivos de longo prazo da Nasa são ainda mais ambiciosos. No futuro, a agência espera que o programa ajude no desenvolvimento da ciência astronômica que permitirá a exploração humana de Marte.