Além do forte calor, o verão traz as típicas tempestades da estação e, consequentemente, o aumento no número de raios. Com média superior a 70 milhões de raios por ano, o Brasil lidera os registros desse fenômeno.
Raio mata mulher em praia de São Paulo
No último sábado (20), oito pessoas foram atingidas por um raio na Praia da Vila Caiçara, no município de Praia Grande, no litoral paulista.Elas foram socorridas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Samambaia, mas uma mulher de 60 anos não resistiu e morreu. As demais vítimas sofreram ferimentos leves e já foram liberadas.
Números em Santa Catarina
Segundo dados do INPE, Santa Catarina é um dos estados com maiores incidências de descargas elétricas. Para se ter uma noção, só na região da Grande Florianópolis foram registradas 1834 descargas elétricas durante tempestade na madrugada do último dia 9 de janeiro.Um ano atrás, em fevereiro de 2023, 2.594 raios foram registrados em um curto intervalo de 2 horas durante tempestade na capital catarinense.
Contudo, mesmo sendo um estado com grande incidência de descargas elétricas, Santa Catarina não figura entre os estados com mais mortes em função de raios. Confira o ranking abaixo, divulgado pelo INPE:
Pará – 88 mortes (1,16 morte por ano por milhão de habitantes)
Amazonas – 78 mortes (2,23 mortes por ano por milhão de habitantes)
São Paulo – 77 mortes (0,19 morte por ano por milhão de habitantes)
Maranhão – 73 mortes (1,11 morte por ano por milhão de habitantes)
Minas Gerais – 61 mortes (0,31 morte por ano por milhão de habitantes)
Mato Grosso – 45 mortes (1,50 morte por ano por milhão de habitantes)
Mato Grosso do Sul – 44 mortes (1,76 morte por ano por milhão de habitantes)
Piauí – 35 mortes (1,09 morte por ano por milhão de habitantes)
Paraná – 34 mortes (0,33 morte por ano por milhão de habitantes)
Goiás – 34 mortes (0,57 morte por ano por milhão de habitantes)
As mudanças climáticas têm influência direta. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) a previsão é que a média anual continue aumentando até o fim do século.
Um levantamento do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT, órgão do INPE), indica que a estimativa é que a média nacional passe de 70 milhões para 100 milhões de raios nas próximas décadas, devido ao clima.
Em média são 110 mortos e 300 feridos a cada ano no Brasil, de acordo com os dados do Departamento de Informações e Análise Epidemiológica do Ministério da Saúde e IBGE, com base no período entre 2000 e 2019 quando ocorreram 2.194 óbitos no país por culpa dos raios.
Orientações e prevenção
O Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica) orienta que durante tempestades, é importante buscar opções mais seguras de abrigo, como veículo não conversível, com portas e vidros fechados, evitando contato com a lataria.Em moradias ou prédios, deve-se manter distância das redes elétrica, telefônica e hidráulica, assim como de portas e janelas metálicas. Outra opção é procurar abrigos subterrâneos, tais como metrôs ou túneis.
Se não houver nenhum abrigo seguro por perto, a orientação é afastar-se de qualquer ponto mais alto e de objetos metálicos, manter os pés juntos, agachar-se até a tempestade passar, e não ficar deitado.