O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, nesta terça-feira (5), dois decretos que tratam da segurança alimentar dos brasileiros e do combate à fome. Um regulamenta o programa Cozinha Solidária e o outro diz respeito da composição da cesta básica de alimentos, que terá menos alimentos ultraprocessados. Segundo o governo, o novo arranjo está alinhado com as recomendações e princípios dos Guias Alimentares Brasileiros.
"O intuito é evitar a ingestão de alimentos ultraprocessados, que, conforme apontam evidências científicas, aumentam a prevalência de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, hipertensão e diversos tipos de câncer", diz o Planalto. A mudança tem o objetivo de criar sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis e promover a proteção de uma alimentação adequada e saudável, da saúde, do meio ambiente, e a geração de renda para pequenos produtores rurais.
Já as Cozinhas Solidárias, criadas em julho de 2023, surgiram a partir de iniciativas da sociedade civil e de movimentos populares que, especialmente durante a pandemia de covid-19, se articularam e criaram espaços para preparo e distribuição de refeições, em resposta à realidade da fome que se acentuou ainda mais naquele período.
Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
Os anúncios foram feitos durante a participação de Lula na primeira reunião plenária de 2024 do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), realizada nesta terça-feira (5) no Palácio do Planalto, em Brasília. Na ocasião, a presidente do colegiado, Elisabetta Recine, entregou ao presidente um documento com 248 propostas para subsidiar o governo federal na elaboração do 3º Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional para o período de 2024 a 2027.
Criado em 1993 pelo ex-presidente Itamar Franco, o Consea foi revogado dois anos depois e substituído pelo programa Comunidade Solidária na gestão de Fernando Henrique Cardoso. Ao chegar à Presidência da República em 2003, Lula restabeleceu o Consea e iniciou um período de participação social na construção de políticas na área de segurança alimentar. Em 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desativou o conselho.